Voltei até a carroça levando-o, mas lá eu e Hans vimos o cocheiro sendo comido vivo por uma espécie de escorpião, peixe, cheio de pelos. Haviam Ovas para todo lado. Eu apenas dei um chute empurrando o corpo e o monstro rio abaixo.
Drake foi até Octavius de deu um choque de realidade no garoto, com tapas na cara. O garoto se levantou, obstinado, e com o que parecia ser um tradição, tirou os chifres do corpo de seu pai. Quando fogueira se aproximou, ela disse que tinha que sair com o barco e a tripulação dela até Niclia. Eu pedi para ela levar o Gélido. Ela conhece o Argo, é a melhor pessoa para leva-lo. Ele precisa ficar com a família agora. Seu único pedido foi para eu salvar o Zac, que concordei prontamente em fazer. Ela agradeceu, apagou o rapaz e levou para o barco junto da sua tripulação.
Hans e Drake conversavam e vi eles tirando aquelas ovas da caravana para ela se tornar reutilizável. Zain veio até mim e Lö se aproximou de nós. Ele pediu desculpas, por não ter ajudado suficiente, por ser fraco. Naquele momento lembro de ter olhado para ele, machucado, chamuscado, logo após de resgatarmos ele daquela mansão... Vi ele usando todo o poder que ele tinha... Eu senti medo. Medo de perder ele de novo. Não poderia perder outra pessoa que eu amava. Reafirmei que ele não era fraco, que se não fosse por ele e pelo Lö, eu teria morrido. Vi seus olhos bruxearem naquela luz verde clara, vi ele, com outra voz, falando que se ele tivesse mais fragmentos ele poderia ter ajudado. Toda vez que isso acontece, sinto que ele deixa de ser ele mesmo.
Enquanto isso, Gugnir olhava pro coração da magia e de repente sua armadura mudou para uma cor prateada, agradável aos olhos e mais imponente. Não tive tempo de perguntar naquele dia.
Nós recebemos um chamado em nossas cabeças de Lweiss, que nos disse para seguirmos para um prédio perto da tumba dos heróis, para fugirmos e não salvarmos ninguém, mas não poderíamos fazer isso.
Fomos primeiro até o Centro Comercial Rocke, onde encontramos os goblins e hobgoblins, Nicrom, Crom e K’arla, alguns kobolds, pessoas das regiões mais pobres, Rick e Hou e um que me preocupou, Ifam, o homem que Lö procurava se vingar. O escravagista.
Todos estavam sendo atacados por algo parecido com um homem carcereiro cercado por ratos mutantes ou coisas parecidas. Homens e mulheres pegos tinham seus ventres fecundados, tinham bebês monstros e eram alienados, enquanto gritavam, choravam e eram devorados vivos por seres rastejantes e pútridos da Tormenta.
Eu olhei bem para o Lö, que fitava o homem com ódio, e lembrei-o que deveríamos apenas salvar as pessoas e se isso for nos atrapalhar, ele não deveria mata-lo ali, mas Gugnir deu trela pro jovem Sekhtin e ambos investiram para lá. Gugnir o manteve ocupado enquanto Lö se aproximava nas costas de Ifam brandindo sua machadinha. Com um golpe que parecia certeiro, ele foi para a cabeça e pescoço, mas o homem virou na hora, conseguindo evitar ser morto, mas não conseguindo evitar de ser cegado.
Ifam fugiu com seus servos o carregando. Nós lutamos o máximo que podíamos ali, Drake, Lö e Gugnir brigavam com punhos cerrados, sangue e magia, enquanto eu guiava as pessoas pelo Portão do Corvo. Fizemos tudo o mais rápido possível e subimos na carroça para seguir atrás do Prefeito e das crianças.
Na Hauz du Desordré vimos Marcus sentado na escadaria e, quando Gugnir se aproximou, ele atirou. Vimos o garoto, com um olhar desesperado pedindo ajuda, e seu corpo subindo grudado por fios como uma marionete, seguido pelo restante das crianças. Todas elas sendo controladas pelo prefeito Dalton, que apareceu rindo, completamente coberto por matéria vermelha, no teto.
Eu e Lö corremos cortando os fios que seguravam as crianças. Aquilo doía nelas, mas era o único jeito. Gugnir se jogou no prefeito, derrubando-o no chão e Drake, com a ajuda de Zac que apareceu rastejando pela porta, cortou a cabeça do golem fora. Gug entrou pela porta principal, onde haviam 3 baús com o que seria nossa recompensa. Mais tarde Gug confirmou que havia apenas 10 mil e o resto havia sido saqueado.
Por fim, seguimos para a direção da tumba dos heróis. Lá, vimos o Carcereiro de antes e mais duas figuras, eles pareciam esperar uma quarta figura. O Rapino, talvez?
Um monstro formado por carroças e corpos humanos circulava em volta procurando mais vítimas. Nos unimos para fugir e chegar rapidamente até o prédio. Hans jogou uma poção de alarme, que confundia o monstro. Drake usava seu raio elemental. Lö e Gugnir nos guiavam na frente, correndo. O bicho nos seguia com suas rodas vivas e seus tentáculos. Em uma das passagens, eu e Zain paramos atrás da porta. Um de cada lado. Em sincronia, esticamos nossas lâminas e cortamos aquele ser ao meio, nos dando o espaço para passar para o prédio.
Lá dentro, tivemos visões de ilusões. Vi varias Karas novamente, mas acho que isso me abalou menos agora que vi ela morrer novamente. Com os gritos de Drake, nos recompomos e seguimos. Lá dentro, uma figura que não esperávamos ver daquele jeito. Anakh Zu Zaman, nova, bela, como se parada no tempo. Ela fumava. Nos disse que demoramos e que seria a última vez que ela ajudaria aquele velho. Há! Parece que o divórcio não foi dos melhores pro Lweiss. Ok, talvez não seja hora para piadas...
Ela perguntou quem iria, e Drake prontamente gritou “TODOS!”. Todos nós, e as pessoas que nós ajudamos e estavam com a gente até agora. Ela deixou claro que com tanta gente, não poderíamos ir tão longe. “O quão longe?”, eu consegui perguntar.
“Até a fronteira de Vul com Stampalia”. Fora de Tzigane, próximo de Friedeburg... Era o suficiente. Nós aceitamos e fomos todos transportados até lá, onde encontramos Lweiss. O velho nos disse que era pra irmos mais longe, mas já que Anakh nos levou pra ele, deveria achar que estaríamos mais seguros ali.
Foi quando tudo começou a tremer. Uma visão que eu só poderia descrever como pior que o próprio inferno. Nós vimos, no horizonte, o nosso plano ser aberto por garras enormes. A desgraça saiu de lá, o nosso fim, o nosso tormento, nossa ária... Alraune. O filho sem amor. O pai da tormenta. A imagem do quadro encarnado. Ele se auto-violava, tentava gritar mas era impedido por mãos femininas e enormes que saiam de suas costas. Era uma mistura de fêmea e macho, com órgãos sexuais por todo seu corpo, com seres caindo de suas genitais e se proliferando enquanto ele caminhava até terra firme, destruindo Vul quase que por inteira em cada um de seus passos. Aquilo se grudou na base da montanha de Tzigane e começou a escalar.
Lweiss nos disse que aquilo era como ele poderia ajudar e se transportou para o topo da montanha.
Próximo a ele surgiram grandes magos:
· Um Hynne e seu dragão de fumaça, que rodaram ao redor do filho sem amor;
· O Arquimago dono da academia de Millefleur, Gerlofs, em uma forma astral;
· Lweiss, o maior cronomante da história;
· A figura que menos esperávamos ver. Um dragão branco, com quatro pares de asas, de chiferes e escamas áureas. O Deus dos Dragões, Alexander.
Juntos, os quatro prenderam Auralne enquanto ele subia a montanha, com Tzigane em um loop temporal mas, antes da magia se completar, Lweiss foi puxado por uma das mãos do monstro para dentro da montanha.
Tudo que pudemos fazer foi assistir, enquanto o fim do mundo chegava.