Ecos do Passado
Prólogo
Fazem seis meses desde que as cinzas de Toretto foram lançadas ao vento, sob o velho carvalho da colina solitária.
Para a maioria do grupo, ele foi uma presença breve, mas marcante. Um Halfling de olhos cansados e voz firme, que apareceu no último dia da missão na cidadela e, de algum modo, deixou uma ausência mais pesada do que o tempo poderia justificar. Mas para Nyxara, a dor era mais funda. Ela o conhecia desde antes, de outra vida e outra estrada. E com ele, vinha Opala, ainda filhote quando foi salvo por Nyxara, ainda marcado pelas sombras quando ela o ajudou a escapar de mãos cruéis.
Desde o funeral, o grupo se manteve unido, ainda que cambaleante. Contratos menores vieram e foram, caminhos conhecidos foram trilhados de novo, como se todos buscassem sentido onde antes só havia rotina. Nyxara falava pouco. Carregava a dor com a elegância contida de quem entende que certas feridas não são para exibição. Björn rezava mais, falava menos. Lórien ouvia o vento e as raízes, como se procurasse algo enterrado. E Kairon, mesmo fingindo indiferença, foi quem guardou os cadernos antigos de Toretto, mapas, símbolos e anotações desconexas, como se soubesse que ainda não era o fim da história.
Mas Opala... ele mudou. O cão, de pelagem como joia viva e olhos de âmbar, passou a se comportar de forma estranha. Ficava acordado à noite, atento à mata, como se escutasse algo que mais ninguém percebia. Farejava certos pontos da trilha com urgência crescente. E então, numa manhã em que a geada cobria tudo de branco, uivou.
Não era um som de dor. Nem de saudade.
Era chamado.
Quando vocês o seguiram até a borda da floresta de Varnuld, viram as pegadas na neve. Grandes. Antigas.
O silêncio dos últimos meses finalmente se rompeu.
O passado de Opala não estava enterrado.
Estava esperando.