S01E05 - Traição Report in Mundo das Trevas | World Anvil
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S01E05 - Traição

General Summary

Abertura

A descoberta

  Terça-feira, 3 de Setembro de 1991. 19 horas e 30 minutos.  
Bess: Harley...   Harley: B... Bess? Mas...
  Bess estava abraçando Harley Greene por trás, a amiga, assustada, a empurrou e virou, incrédula para o que via.  
Harley: Mas... como? Nós te enterramos, eu vi...   Bess: Sou eu, estou aqui.
  Os olhos de Harley viraram com um suspiro, ela ficou mole e Bess foi rápida o suficiente para agarrá-la e evitar que o disco caísse, mas a pasta caiu. Bess olhou rápido em volta, precisava tirar a amiga desmaiada dali. Foi quando pegou a pasta dela, juntou as folhas e tirou as chaves do carro da mão mole de Harley. Levou-a para o carro, colocando-a no carona e o disco e as folhas no chão, perto do pedal. Dirigiu atenta até o prédio de Harley, com ela ainda desmaiada.   Chegando no prédio, o porteiro ofereceu sua ajuda, perguntando o que tinha acontecido. Bess se colocou no controle da situação, mentiu dizendo que tinham bebido demais em um churrasco e que estava levando a amiga para casa. O porteiro insistiu, dizendo que poderia chamar seu primo enfermeiro e Bess recusou novamente. Harley era magra e agora como vampira, ficava mais fácil ainda carregar a amiga. Ela nunca precisou fazer isso antes, as poucas vezes que esteve com Harley em um ambiente mais de festa descobriu que ela não passava do ponto com bebidas. Gostava de sair pra dançar, mas nunca havia perdido a linha, como as outras garotas que Bess não gostava, principalmente aquelas que lembravam as que haviam lhe perturbado no colégio.   Já no apartamento, deixou Harley no sofá e foi para a cozinha pegar água com açúcar. Deu de beber à amiga, que acordou e tomou até se dar conta de onde estava.  
Bess: Harley, sou eu.   Harley: Bess... você está morta... é uma assombração?
  Harley tentou tocar Bess, que prontamente se desviou do toque da amiga.  
Bess: Como poderia ser um fantasma, se te entreguei o copo d'água?
  Bess sabia o absurdo que acabara de dizer, ela mesma tinha sentido o toque de Mina, e a garota havia segurado seu crucifixo. Fantasmas poderiam manipular objetos de alguma forma. Mas Harley era uma cientista, não acreditaria nisso. Ela precisava usar sua lógica para evitar o contato.   Bess contou que alguém atacou o laboratório e provavelmente forjou seu enterro, e estava preocupada que Harley pudesse estar em perigo. A amiga estava incrédula, afinal, as pesquisas delas e de Ben ajudariam muitas pessoas, ela com o transplante de órgãos, Bess com o sangue artificial... Como poderiam ser atacados?  
Bess: Harley, não há muito tempo, se eu fui atacada, você também pode ser. Estamos em perigo!   Harley: Bess... Se você precisa de proteção, eu conheço pessoas armadas que podem nos proteger.   Bess: Você não está entendendo, são perigosos, não dá mais pra voltar pra lá, é um grupo extremista religioso.   Harley: Oh...
 
  Nesse momento, Bess percebe o que estava acontecendo. Ela viu que Harley tinha fingido surpresa ao saber do grupo extremista religioso. Reparou nas figuras religiosas que permeavam a casa de Harley, mais coisas até do que sua mãe tinha em casa, mas que ela nunca havia dado tanta importância antes assim. Isso e a expressão que Harley havia feito quando ela e Ben saíram do laboratório, sem conseguir arrastar Bess para o Succubus Club...   Harley tinha sido a responsável.  
Harley: Mas eles podem te proteger mesmo assim, eles são experientes... Bess...   Bess: ...   Bess: Eu tenho que ir...   Harley: Mas, para onde? Já falou com Ben?
  Ben! Harley poderia colocá-lo em perigo! Se ela causou sua morte e ainda entrou em seu apartamento fingindo preocupação para pegar os dados de sua pesquisa com sua mãe, o que ela poderia fazer com Ben? Bess se levantou e saiu do apartamento.  
Harley: Quando vou vê-la novamente?
  Bess nada disse, apenas olhou para Harley da mesma forma que ela tinha dado seu último olhar antes de sair do laboratório. No elevador, não conseguiu se conter. As lágrimas de sangue já caíam dos óculos em sua camisa do Motörhead e deu um soco no espelho do elevador. Quando saiu, passou por um casal que ficou assustado com o estado que o elevador ficou, mas subiram com medo dela.   Tomou um ônibus para a casa de Benjamin, sentada nos bancos do fundo, mal iluminados, onde não poderiam ver sua expressão: um misto de dor pela traição, a raiva que a Besta lhe potencializava e o temor pela saúde de Ben. Ela tinha extrema confiança em Harley e Ben, como poderia ter sido traída desse jeito? E Harley ainda tentou roubar sua pesquisa... Estaria Ben vivo? Seria ele alvo dos mesmos que a atacaram?  

Salvamento ou ameaça?

  Terça-feira, 3 de Setembro de 1991. 20 horas.   Bess bateu à porta da república onde Ben morava, ela percebeu que havia música e pessoas no apartamento. Um rapaz atendeu à porta, chapado.  
Rapaz: Hey, quem pediu pizza? Ih... não é pizza, mas eu gostei...   Bess: Cadê o Ben?   Rapaz: Tá ali no sofá, tamos tentando animá-lo, a amiga dele morreu. Chega mais. Tu é amiga dele?   Bess: Trabalho com ele.
  Bess o encontrou cercado por pessoas, amigos de Ben, não amigos dela, todos preocupados com seu estado, dizendo pra ele seguir em diante, tentar se divertir. O cheiro de maconha era forte no apartamento e a música que tocava era a versão de rádio de Blood Sugar Sex Magick do Red Hot Chili Peppers.  
  Quando Bess se colocou em sua frente, Ben quase a reconheceu. Chegou a balbuciar seu nome. Ela ficou com medo de ser reconhecida na frente de tanta gente e forçou uma voz diferente, dizendo que era do Prometheus Bio Tech e que precisavam discutir coisas do trabalho. Ele estava mole das drogas e bebidas, mas a força de Bess o conduziu pro quarto. Isso e a cara feia que fez para a garota que tentou interrompê-la.   No quarto, Bess o fez sentar na cama. Abriu seu armário e pegou uma mochila jeans, onde guardou o disco com sua pesquisa. A arma ainda estava em sua cintura, pronta para uso. A ação com Ben deveria ser mais rápida, não poderia se dar ao luxo de Harley avisar aqueles canalhas e irem atrás dele. Tentou ser breve, mostrar que o laboratório não foi um acidente como apareceu nos jornais, mas um ataque terrorista de um grupo religioso extremista e que ele poderia estar em risco. Percebeu que sua mão ainda sangrava do espelho quebrado.  
Bess: Presta atenção Ben. Atacaram o laboratório pra acabar com nossa pesquisa e tem gente poderosa envolvida.   Ben: Mas quem iria acabar com nossa pesquisa, cara? Ela vai ajudar muita gente. Você com o sangue pra transfusão, a Harley com os órgãos lá, e eu com a regeneração celular, tipo dos lagartos, tá ligada? Só fita boa, só ajudando gente.   Bess: São fanáticos religiosos. Forjaram a minha morte e vão vir atrás de você.   Ben: Caaaaara, que fita... Tem certeza? Não é outra farmacêutica?   Bess: A Harley tá envolvida, são religiosos.   Ben: Cacete, isso é muito louco. Tu não tá nessa viagem não hein?   Bess: Ben, eles tentaram me matar, mas eu mudei.
  Bess precisava demonstrar pra ele que não era a mesma Bess de antes. Ela ergueu seu punho e fez os ferimentos fecharem na frente de Ben. Ele não pareceu muito convencido. Ela então, com uma mão, levantou a cama pelo pé, fazendo Ben rolar para a cabeceira, batendo na parede.  
Ben: Caramba! Você é que nem o Homem-Aranha! Aí, solta teia?   Bess: E você consegue ser mais nerd? Você tem que parar com essas drogas também... Arruma suas coisas, preciso te levar pra um lugar seguro, aqui você tá exposto.
  Ben estava levemente assustado. Ele pegou uma injeção na cômoda e aplicou na coxa, parecendo ficar sóbrio logo após. Pegou uma mochila de pano grosso e começou a socar umas camisas e calças, vestiu um All Star e Bess viu que ele jogou uma trouxinha e seda na mochila...  
Ben: A gente vai pra onde?   Bess: Ainda não pensei nisso, cara, só me segue.   Ben: Meus amigos não vão deixar a gente sair daqui assim de boa, tão fazendo essa festa pra me animar.   Bess: Deixa comigo.
  Quando saíram do quarto, assim que Ben começou a tentar se explicar pros amigos, Bess deu a mão pra Ben e na frente dos amigos dele lhe deu um selinho, dizendo pra irem pra casa dela onde teriam mais privacidade. Jason, um amigo de Ben, o chamou e arremessou pra ele um pacote de camisinha bem amassado que estava em sua carteira. Bess o puxou, antes que sentisse mais vergonha do que estava acontecendo.   Caminhando pro ônibus, Ben comentou que ele nunca tinha sentido um beijo tão frio assim. Bess verificou se não estavam sendo seguidos. Todo cuidado era pouco. Era seu único amigo, ela precisava protegê-lo.   Terça-feira, 3 de Setembro de 1991. 21 horas.   Bess e Benjamin entraram no Motel Conta Nada, perto da rodovia em Gary. Lá, passando-se por um casal de jovens drogados em fuga pelas estradas, conseguiram um quarto para Ben, onde ele estaria refugiado por uns dias. Ben disse que não poderia ficar mais que três dias lá, ou passaria por problemas no trabalho na Prometheus Bio Tech e na Universidade de Chicago onde cursavam doutorado, podendo perder sua bolsa.   Ben ainda estava intrigado com a força de Bess. Para ele, ela agora era uma heroína, como os dos quadrinhos que ele lia. Ela estava muito preocupada com a vida do amigo, talvez seu único amigo de verdade, agora que tinha descoberto a traição de Harley. Ele, ainda assustado com tudo o que acontecia, tirou uma seda da mochila e começou a bolar um beque. Bess então o ameaçou, ele precisava se manter sóbrio, não poderia ficar chapado, pois poderia ser o momento que ele precisaria sair de lá às pressas e se defender. Ela então sacou a arma, a última que havia pego dos bandidos dos Pollos Locos que enfrentou, e a entregou a Ben.  
Bess: Ben, você sabe atirar?   Benjamin: Woooow! Calma lá, não é porque eu vim de escola pública que eu sei usar armas.   Bess: ...   Benjamin: Sim... Eu aprendi com meu primo. Eu sei o mínimo que preciso pra acertar uma lata.   Bess: *suspirando* Vai ter que servir. E pára com essas drogas...   Bess: E eu não sou uma heroína. Eu... eu machuco as pessoas... Você acha que eu queria me tornar isso?   Ben: Então você é o quê?   Bess: Você tem cultura nerd o suficiente pra saber o que eu sou.
  Super força, fria, regeneração... Ben sabia o que ela era. Bess não precisava lhe ter contado com todas as palavras, ele conseguia reconhecer o que ela havia se tornado. Não pensou muito no que isso poderia significar, a resposta dele já foi o suficiente. Instintivamente, quando as contas fecharam em sua cabeça, ele buscou a arma. Não chegou a apontar para Bess, mas ficou assustado com a ideia. Ela havia confiado nele. Seu olhar de assustado se tornou um olhar de pena, a ideia de heroína havia passado de sua cabeça, agora lhe restava apenas a ideia da tragédia que seria a vida de Bess.   Bess deixou o amigo, ela precisava voltar para o refúgio. Não teria como explicar para ele o que ela era, que não poderia mais ser tocada pelos raios de sol e que precisava de sangue para viver. Ben precisaria confiar nela, pelo menos até que ela pudesse dar um jeito nisso tudo, de que ele pudesse estar a salvo da Sociedade de São Leopoldo, talvez até mesmo de Harley.   Mas talvez, principalmente, Ben precisaria estar a salvo dela. Não saberia dizer se teria como se controlar se a Fome caísse sobre ela e Ben fosse a opção mais próxima. Ela havia se tornado uma ameaça para seus próprios amigos, tanto por saberem que ela ainda estava viva, quanto por serem possíveis presas para ela.   Quando estava saindo do quarto, ela viu Ben empurrando a trouxinha de maconha para o lixo. Pelo menos estaria satisfeita por algo de bom ter acontecido.   Terça-feira, 3 de Setembro de 1991. 21 horas e 30 minutos.   Enquanto caminhava pelas ruas para voltar para seu refúgio, Bess foi abordada por um assaltante. Ele pedia sua mochila e tudo que tivesse de valor, com uma arma apontada em sua direção. Ela reconheceu nele as cores e marcas dos Pollo Locos. Era tudo que precisava, ainda mais depois da noite de merda que teve.   Fingindo estar paralisada de medo, Bess deixou o homem se aproximar. Mais rápida que ele, e muitas vezes mais forte, deu um direto no queixo do homem que nem teve reação e foi ao chão. Com o bandido apagado, Bess considerou se alimentar dele, mas ainda havia carros passando pela via, por mais que a cidade de Gary estivesse virando uma cidade fantasma.   Satisfeita em jogá-lo em uma lata de lixo, Bess tinha novamente uma pistola. Ela só precisava encontrar alguém para descarregar o cartucho.  

A traição da Máscara

  Dana estava no refúgio esperando por Bess. Foi recebida da mesma forma como ela sempre fazia, tentando parecer uma mulher fria, mas Bess já estava ficando cansada desse joguinho, conhecia o lado frágil de Dana, já tinha começado a perceber a complexidade de sua Senhora, uma vampira com traumas, alguém com problemas de confiança que resolvera Abraçar uma mulher às portas da morte para salvá-la. Bess só ainda não tinha certeza se ela tinha feito isso por piedade ou porque ela era a única que sabia de como proceder com a sua pesquisa. E agora ela tinha o HD com os dados de backup.   Bess confessou o que havia feito, que havia contactado Harley. Dana ficou furiosa, socou a parede perto de Bess, tendo se movimentado numa velocidade impressionante. Talvez ainda mais, agora que estava realmente com raiva. Talvez raiva fosse a forma como ela estivesse demonstrando sua decepção. Dana não se conteve, enquanto berrava com Bess que ela tinha quebrado a Máscara, que poderia atrair a Morte Final a ambas, suas presas e garras se projetavam, dando-lhe um aspecto ainda mais assustador. A neófita permaneceu impassível diante dessa tentativa de amedrontá-la. No fundo, Bess sabia que Dana estava fazendo isso porque estava preocupada, eram algumas palavras soltas no meio das frases e perdigotos que escapavam de sua boca que denunciavam isso. E Bess estava segurando tudo dentro de si, toda a culpa que carregava por ter colocado Ben em risco, a vergonha de ter traído a confiança de Dana e mais ainda, a dor que sentia por ter sido traída por Harley. Ela poderia explodir a qualquer momento.  
Dana: Porra Bess! Quem mais sabe sobre isso?   Bess: ... um amigo... Deixei ele num motel aqui em Gary, era perigoso ele ficar em Chicago.   Dana: *incrédula* Você contou a ele?   Bess: Sim.
  Dana observou Bess por um instante, foi o suficiente para ponderar o curso de ação. Bess já imaginava em que fria teria metido o amigo. Tinha medo que Dana pudesse querer acabar com sua vida para proteger a Máscara.  
Dana: Precisamos apagar a mente dele. Ele não pode se lembrar de nada disso.   Bess: Apagar a mente? Mas... como?   Dana: DROGA! O único que eu conheço capaz de fazer isso... NÃO... não... não quero falar com ele de novo... Não aquele homem...   Bess: De quem você está falando?   Dana: Deixa pra lá... Vou ter que cobrar alguns favores e mexer alguns pauzinhos... Se Modius souber disso, vai querer nossas cabeças.   Dana: Você fica aqui, eu vou dar um jeito. E é melhor você se preparar. Modius quer que você acabe com Eric "O Cara" Hernandez e os Pollos Locos. Descobri onde eles estão escondidos.
  Bess tinha muitos sentimentos dentro de si, ela precisava de um ombro para poder chorar, alguém em quem pudesse confiar. Mas em quem confiaria agora? Quem ela não estaria colocando em perigo? Ela estava sozinha na escuridão. E isso era assustador.  
Encerramento
Campaign
Sangue Novo
Protagonists
Elizabeth Bennett
Brujah | 13 generation
Data do Relatório
03 Jan 2021
Local Primário
Local Secundário

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