S01E03 - Não insulte uma mulher Report in Mundo das Trevas | World Anvil
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S01E03 - Não insulte uma mulher

General Summary

A fuga do estaleiro

  Elizabeth Bennett não sabia o que fazer. Ela nunca tinha ouvido falar dessa Evelyn e esse sujeito parecia saber que ela era uma vampira. Isso não era uma quebra da Máscara? O que ela deveria fazer?   O homem perguntou novamente e Bess teve que responder que não sabia. Ele respirou fundo e deu de ombros, disse que não enxergava mentiras em suas palavras e estava decepcionado com isso. E com o som de carros e sirenes se aproximando, ele disse à Bess: "Eu tenho um álibi para estar aqui. E você? É melhor se mandar, os Federais estão chegando.". Ele entrou no carro quando a primeira pickup do FBI chegou. Duas pararam próximas ao seu carro e à pickup dos bandidos que estavam roubando a carga. Uma terceira perseguiu Bess.   Ela correu entre os containers do estaleiro, procurando desviar a atenção dos faróis e lanternas que buscavam localizá-la para que um policial federal a alvejasse com uma metralhadora. Bess teve sorte em fugir entre os containers, mas acabou em um beco sem saída. Os policiais já saíam do carro para encurrala-la quando ela deu um salto, como havia feito anteriormente com Dana e se escondeu nas sombras do topo dos containers.   Os federais se indagaram por onde ela teria ido. Não teria tido tempo para escalar os containers e ninguém conseguiria saltar aquela altura. Continuaram procurando onde ela pudesse estar escondida, mas suas lanternas não a perceberam. Ainda tensa com a situação, Bess conseguiu ouvir os federais interrogando o homem misterioso. Ela descobriu que seu nome é Stephens e é um detetive de polícia de Chicago, bem fora de sua jurisdição, como apontou o federal. O detetive Stephens pareceu se sair bem com sua lábia, afirmando ter resolvido investigar após ver o cadáver do guarda quando passava por ali, já que os federais compraram essa ideia. Bess mesma não sabia se ele dizia a verdade, parecia que ele já sabia o que procurar.   De cima dos containers também percebeu que haviam descoberto o carro que Dana havia roubado para ela e estavam chamando o reboque. Ela precisaria de outra forma de sair dali. Esperou até encontrar uma oportunidade de se esgueirar por uma falha na cerca e foi à estrada do Aeroporto tentar a sorte como caroneira.  

Lágrimas de sangue

  Os carros passavam e Bess não conseguia carona. Afinal, quem daria carona para uma mulher com as roupas rasgadas como ela, com marcas de faca e de tiro à madrugada? Até que um caminhão parou. Era sua sorte, ela foi até ele e foi entrando pela porta do carona quando foi recebida por um .38 apontado para sua cara.   O caminhoneiro pediu a ela muita calma, porque não deixaria qualquer um entrar lá, não queria ser assaltado por "amigos escondidos" que ela pudesse ter. Queria saber sua história, porque estava daquele jeito. Bess pensou em desistir e pegar outra carona, mas seus instintos falaram mais alto, ela disse que foi atacada por uns homens e conseguiu fugir. O caminhoneiro se apiedou dela, disse que tinha uma filha com mais ou menos a mesma idade e que era horrível o que esses canalhas faziam com garotas como ela.   Bess pôde subir no carona, mas quase que a arma que ela havia pego com um dos bandidos caiu de sua calça. Teve a sagacidade de segurá-la a tempo, evitando um mal entendido. O caminhoneiro se apresentou como Joseph Edwards, um homem devoto de Jesus, e Bess se apresentou como Beatrice. Notou que ela estava machucada da grade que havia raspado em sua pele quando saiu do estaleiro e perguntou se queria que a deixasse em um hospital. Bess consentiu, o da 25ª Avenida estaria bom.   Ela percebeu que ele deveria estar há alguns dias dirigindo, notava os traços de quem havia tomado anfetamina. E ele não parava de falar. Passou um bom tempo falando como o mundo era cruel com garotas como ela e a filha dele, como elas deveriam saber usar armas para se proteger... E Bess só pensava em como ela queria um pouco de sangue, usando toda sua concentração para não avançar até o pescoço do homem que a acabara de tirar da estrada. Mas mesmo isso não foi forte o suficiente para segurar seus soluços e o choro suprimido quando se deu conta de tudo que acontecera aquela noite. E tratou logo de enxugar as lágrimas quando percebeu que eram lágrimas de sangue.   Joseph a deixou na porta do hospital, sem perceber que as feridas de Bess já haviam sarado. Quando ela saltou, ele entregou o revólver para ela, "Mire bem na cabeça", ele disse. Bess agradeceu e continuou seu caminho para casa quando o caminhoneiro saiu de vista.   O sol já estava se levantando quando chegou ao seu refúgio, correndo para cerrar as janelas e lutando contra o sono pesado que lhe caía sobre os olhos. Dormiu, caindo em uma profunda e solitária escuridão. Estava morta, afinal.  

Não insulte uma mulher

  Segunda, 2 de Setembro de 1991, 19 horas   Bess se levantou, sozinha, Dana não estava lá. Ela ainda tinha de cabeça as informações que pegou sobre o tal de "O Cara" que controlava a gangue que assaltou as entregas da Gary Exports nos Estaleiros de Gary, mas antes de passar para sua senhora precisava resolver um assunto mais urgente: a fome.   Saiu para caçar, percebendo tarde demais que ainda estava com as roupas rasgadas que Dana havia lhe emprestado na primeira noite de sua transformação. Pensou se deveria visitar Sophie Allison, era um lugar certo, ela provavelmente iria querer saber o que aconteceu e teria a oportunidade de tomar aquele sangue novamente. Mas à sua frente, caminhando pelas ruas, surgiu um novo alvo: um homem de óculos, sapatos gastos e um terno que parecia grande demais para ele. Carregava uma pasta e andava apressado. Bess considerou se não haveria melhor alvo e pensou em como abordá-lo, era tímida, pouco sociável, como faria para atraí-lo para uma armadilha? A Bess antiga não saberia, mas essa não era mais aquela Elizabeth, era uma nova pessoa.   Bess chamou pelo homem. Ele, nervoso, se agarrou à pasta antes de se virar para ela. Ela então perguntou por uma rua (pela qual ela havia passado e sabia a resposta) para ele, que disse que não era dali, mas sabia onde ficava. Bess o enrolou com uma história de que encontraria uma amiga sua e tinha medo de andar sozinha e ele comprou a ideia. Quebrando o gelo no caminho, disse que era um advogado de um escritório em Denver que havia vindo fechar um negócio e estava hospedado no Motel Belmonte. Ele elogiou Bess, dizendo que havia achado que ela era uma punk e ia assaltá-lo, mas não havia percebido o quão era bonita. Ela percebeu que Dana a estava vigiando ao longe.   Bess considerou o local onde estavam, um beco estava próximo, mas ela viu o efeito que seu Beijo teve em Sophie. Não poderia deixar o homem caído vulnerável em um beco. Inventou que tinha lembrado que sua amiga trabalhava no mesmo motel que ele estava hospedado e que era o último dia dela no trabalho e que havia esquecido disso tudo. Ele consentiu em levá-la até lá, e ainda fez o convite para comerem ou beberem alguma coisa, já que era a última noite dele em Gary e queria boas lembranças de lá, já que o negócio não tinha sido bem sucedido. Bess percebeu que o homem usava uma aliança de casamento.   Quando chegaram no motel, Bess percebeu que havia um estacionamento com uma guarita ao lado com um homem gordo e totalmente careca, e que o homem da recepção a encarava, um homem de bigode e com poucos cabelos. Quando o advogado quis marcar um horário para saírem, ela disse que ela e a amiga passariam no quarto dele e ele disse que a porta estaria aberta. Ele entrou e Bess esperou um tempo na entrada antes de ir para lá. Ouviu do homem na recepção que era "mais uma putinha em Gary". Ela se segurou, haveria tempo para colocá-lo em seu lugar.   Entrou no quarto do advogado, pegando-o ainda tirando a camisa e apagou as luzes. Jogou-o na cama e mordeu seu pescoço, sorvendo o quente sangue que saía de suas artérias. Ela sentiu muitas emoções nesse sangue, desde o sentimento de euforia pela possibilidade do ménage ao sentimento de culpa pela traição. O homem foi deixado na cama após fechar seu ferimento e saiu.   Quando passou pela recepção, ouviu do homem que lá estava que tinha sido muito rápida, e perguntou quanto era o programa. Ao responder que era 50 dólares, o homem pediu para que o chupasse ali mesmo, no balcão, mas ela tinha outros planos. Perguntou onde estava seu carro e conseguiu convencê-lo que dar-lhe a chave e que desse 10 minutos para se preparar antes que ele fosse. O carro estava no estacionamento, e as chaves com o vigia, bastava dizer que ele tinha autorizado.   Ela foi até o vigia e conseguiu as chaves, o homem gordo e careca dizendo que queria também um programa com ela. Bess foi até o carro, um Chevette 80 vinho no último ponto do estacionamento. Passou a chave no carro, escrevendo "Cuzão". Mas antes que tivesse tempo de sair, percebeu que ambos o recepcionista e o vigia vinham em sua direção. Ela caminhou confiante em encontro a eles e deixou a chave cair antes de passar por eles.   Foi quando notou que um deles ia segurar seu braço e o outro ia agarrá-la por trás. Bess chutou o recepcionista no saco com tanta força que ele bateu na parede e caiu desacordado. Estava morto? Ela tinha matado alguém? Aqueles bandidos ela sabia que os tiros não tinham pegado em pontos letais, mas não imaginava que um chute seu poderia fazer isso. Não tinha tempo pra pensar. O vigia, incrédulo com o que viu, gritava desesperado e fez menção de correr. Bess aplicou-lhe uma chave e o homem caiu desacordado.   Ela estava desesperada, sem saber o que fazer. Sua intenção era dar uma lição naquele cara que a havia humilhado, não matá-lo. Havia deixado a Besta tomar controle? E se alguém viu tudo aquilo? Seria uma quebra da Máscara? Começou a murmurar desesperada por Dana, que apareceu velozmente ali, a puxou pelo braço dizendo que o homem só estava desacordado, mas ela precisava consertar a merda que fez.   Bess pegou o telefone da recepção e chamou pelo 911, avisando que havia visto dois homens brigando no estacionamento do Motel Belmonte. Quando se deu conta, Bess e Dana já estavam no refúgio. Quanto tempo se passou? Como chegaram ali? Sua cabeça ainda estava tentando lidar com isso, e Bess se convencia de que precisou agir daquela maneira para se proteger dos homens que poderiam fazer coisas horríveis com ela. Algo semelhante como ela se convenceu após atirar nos bandidos no estaleiro.   Dana a sacudia para que voltasse ao mundo real.  

A moradora da casa

  Dana elogiou Bess pela forma como lidou com aqueles porcos, disse que também teria varrido o chão com a cara deles. Mas também pagou esporro em Bess pela forma desleixada com que fez aquilo, colocando a Máscara em risco, e que ela poderia ser morta se tivesse testemunhas, além de se colocar em risco desnecessariamente. Ela percebeu em seu tom de voz que havia mais orgulho em ela ter quebrado os caras do que paternalismo sobre sua atitude irresponsável, além dela parecer olhá-la com um brilho nos olhos. Teria sido isso coisa da sua cabeça? Começava a enxergar Dana como uma pessoa muito importante em sua vida.   Bess atualizou Dana sobre os acontecimentos no estaleiro, sobre os bandidos trabalharem para "O Cara" e que havia um detetive que demonstrou saber que ela era uma vampira. Dana considerou tudo o que ela disse, mas não sabia quem era Evelyn nem quem era o detetive Stephens, mas iria atrás disso. Enquanto isso, Bess deveria investigar um ponto onde Dana havia visto homens como os que enfrentara no estaleiro, para descobrir quem esse "O Cara" é e onde ele está.   Ela pediu a Dana as chaves de seu apartamento em Chicago. Dana reforçou a necessidade de se manter a Máscara e que ela deveria dar um jeito de entrar lá sem ser vista nem reconhecida por ninguém de sua antiga vida. Bess consentiu e Dana lhe arremessou a chave, ainda afetada pelo orgulho que sentia por sua neófita, o que poderia estar afetando seu julgamento. Afinal, havia poucos anos que Dana havia sido Abraçada.   Antes de sair, ela virou para Bess e disse com um sorriso: "Mandou bem".   Terça, 3 de Setembro de 1991, Meia noite   Bess foi até o local indicado, uma casa de dois andares numa área residencial de Gary, parecia uma casa de família, mas estava pichada na frente e um dos homens d'"O Cara" estava lá fumando um cigarro. Ele quase a percebeu chegando, mas Bess conseguiu se esconder atrás de um poste que mal funcionava. Ela ainda estava com a camisa do Iron Maiden toda rasgada, bem como seu jeans rasgado e All Star.   Imaginando que poderia haver outros ali dentro, e uma entrada pelo segundo andar poderia ser desastrosa se fizesse barulho ou caísse no meio de um monte de capangas, decidiu abraçar seu lado predadora e tentou seduzir o homem da entrada. Ele caiu em seu papo, tinha um sotaque latino e logo foi vítima de suas presas que sugaram seu sangue e os sentimentos de que havia cometido um assassinato recentemente.   Bess depositou o corpo em êxtase do homem numa lata de lixo próxima, precisava tirar evidências até pegar as informações que precisava. Foi aí que ouviu grande movimentação na casa: um dos homens saiu correndo gritando e outro seguiu atrás dele, catando cavaco e atirando pra dentro da casa, com uma expressão de medo.   Ela ficou nas sombras escondida, observando os homens que corriam pro outro lado da rua. Deixaram escapar que "O Cara" também é conhecido como Hernandez e que eles não estavam sendo pagos para enfrentar aquilo que os atacou. Parecia que um deles, Miguel, ainda estava lá dentro, mas nenhum dos dois tinha coragem de ir até lá salvá-lo. Fugiram correndo.   Bess pensou se a informação que tinha já era suficiente, mas sua mente inquisidora de cientista a impelia a investigar o que assustou tanto esses capangas. A Besta em seu interior a impelia a fugir, e precisou se concentrar para vencer os instintos e ir contra o que parecia ser a coisa certa: sair o mais rápido dali. Juntou suas forças e saltou para o segundo andar, caminhando pelo telhado até ter acesso a uma janela, por onde forçou sua entrada levantando o pesado quadro de madeira que a compunha.   Ali dentro Bess encontrou um homem deitado ao chão, espumando pela boca com os olhos vidrados enquanto sua cabeça balançava. Seria esse o tal Miguel? Mas então, o que o havia atacado? Sentiu um frio na espinha.   "Engraçado, você não fugiu de mim."   Bess olha para o lado e vê o vulto translúcido de uma garota lhe encarando do canto do quarto.
Campaign
Sangue Novo
Protagonists
Elizabeth Bennett
Brujah | 13 generation
Data do Relatório
20 Dec 2020
Local Primário
Local Secundário

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