O Fôlego de Antera Myth in Centúria | World Anvil
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O Fôlego de Antera

Um mito exagerado sobre o Lago Asta.

Este é um mito bastante violento e incoerente, uma leitura e hipótese radical que explicaria uma série de perigosos fenômenos relacionados às águas em Centúria, tais como a Névoa da Serpente, o Espelho de Narciso e os Sussurros, todos agressivos e perigosos para qualquer civilização. No geral, corpos de água em Centúria são vistos com receio e superstição — até mesmo os Fierardi, que adoram o mar, têm histórias que ratificam a necessidade de cuidado e respeito com as águas. Há uma abundância tão grande de mitos, monstros e fenômenos que se relacionam a corpos de água que torna-se seguro dizer que elas são, por consenso, a maior fonte de inquietação centuriana.   Além disso, outros mitos reforçam a mesma temática deste primeiro, mais antigo e universal — o caso de Calisto, por exemplo; também a teoria de que a água é um elemento de contra-força, ou seja, um agente entrópico fundamental. Acredita-se também que duas vezes o continente tenha sido devastado pelas águas do Mar dos Sussurros. Levando em conta tudo isso, é normal que eventualmente tenha se acreditado no cerne deste mito: Antera, Senhor e Senhora da Água, odeia as raças mortais porque foram obrigados a permanecer em Ilienel.  

O mito e o Lago Asta

Anteras são o Primordial ao qual se associa os aspectos da Água. Segundo o mito criacional, foram os últimos a participar da feitura de Ilienel, sendo elementos necessários da sustentação da vida no planeta. Cobriram os continentes, deram nutrição às árvores, esfriaram piscinas de fogo e impediram que o Ar (Al'Cair) e a Terra (Tai'rad), que não se alinhavam, fossem separados definitivamente. Trouxeram, de certa maneira, ordem ao plano material, ainda que em sua natureza fossem um elemento caótico. O mito parte daí. A grande contradição na natureza de Anteras fez com que rapidamente se tornassem mais reservados e menos conciliáveis com os demais elementos. Logo havia água demais onde não era preciso, água de menos onde era preciso e uma imprevisibilidade em sua natureza que era sufocada, mas que vinha à tona inevitavelmente. Tsunamis. Enchentes. Secas. Isso fez com que os demais primordiais se afastassem de Anteras, preocupados com o deteriorar de sua mente.   Entretanto, um dia chegou a hora dos primordiais deixarem o planeta. Al'Cair estava satisfeito com os céus e a liberdade que neles havia. Tai'rad se encantava com a diversidade de criaturas que andavam por suas florestas e montanhas. História, com o fogo, ensinava o que era dividir a vida com companheiros. Anteras, entretanto, se pertubara. Como deixar aquele mundo para trás, se tanto precisavam deles? As águas não bastavam. Era preciso que regrassem os volumes de chuva, o fluxo dos rios, a resistência das marés. Era preciso tudo isso! Quando confrontou seus irmãos, estes tentaram argumentar que essa era a maneira natural das coisas. Então Anteras perdeu a cabeça e ameaçou um grande dilúvio que destruiria toda a criação. Alarmados, os outros primordiais tentaram frear este pensamento, sem sucesso. Dias e noites de gigantescas chuvas começaram, e nenhum dos irmãos podiam parar Anteras. Encurralados, se viram sem alternativas além de limitar seu impetuoso temperamento. Partiram-na em vários pedaços e jogaram mundo afora, e em cada parte que tocou que já não era oceano, surgiu um lago. Cansado da luta e da agressão sofrida, Anteras dormiram profundamente.   Os outros três deixaram o mundo. E agora, Anteras lentamente despertam, porque as águas sempre se movem em direção umas às outras. O local onde seu coração foi jogado tornou-se o Lago Asta, que tem crescido a cada ano e é palco de muitas disputas continentais. À medida que desperta, entende o que aconteceu — entende que foram deixados para trás e estão presos ao mundo que os levou à loucura. Um dia, todos os seus pedaços serão reunidos e eles poderão fazer algo a respeito disso. Até lá, resta vingar-se aos poucos de seus irmãos, atacando a criação que para eles é tão preciosa... e o primeiro passo foi incitar uma guerra por seu próprio coração, no fundo daquele maldito lago.
 

Popularidade

Mitos sobre a caoticidade, a instabilidade ou a animosidade das águas não são incomuns em Centúria, mas este definitivamente é o mais exagerado e radical deles. Muitos poucos iriam tão longe a ponto de acreditar nessa história, ainda que ela se apoie no mito fundador mais bem aceito do continente. A própria ideia de que os primordiais, supostamente criaturas perfeitas, poderiam perder a sanidade e se voltar uns contra os outros parece risível para a maioria dos clérigos e paladinos centurianos.   Sobretudo, uma teoria bem mais plausível e mais fatídica do surgimento do Lago Asta está ligada à Interferência Divina, tendo sido o local de um confronto no qual um Aspecto da Deusa Apoteótica Sarenrae foi mortalmente ferido. Sua queda foi tão grande que gerou uma cratera, posteriormente alagada pelas águas próximas da Baía das Espadas. É provável que esse mito de Anteras seja uma adaptação da teoria muito mais plausível de Sarenrae.
Data do Primeiro Registro
3E
Data do Episódio
Calendário dos Deuses
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Cover image: Old Bookshop by Andreas Rocha

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