Desejos Inesperados: O templo de sangue by Zippy | World Anvil

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Desejos Inesperados: O templo de sangue

by Zippy Strapstringstarstrand

Qualquer semelhança com criaturas, lugares e cultos é mera coincidência.
 
O céu estava escuro, mas eu, Zipper StrapOnGStringStarSquirt sabia exatamente o caminho. A brisa fria passa por meus cabelos rubros como o fogo enquanto os braços fortes de Lyf envolvem meu pequeno corpo jovial. O draconato, refletindo o branco suave da luz de Calindhor nas suas escamas rijas, corre veloz pela noite de Ardmoor. Vindo logo atrás de nós, as curvas da voluptosa Malachiah parecem o dançar de chamas que atrairiam até a criatura mais casta sem se importar se seria queimada viva enquanto apenas rápidos reflexos do cabelo rubro e dos olhos frios e assassinos de Onno apareciam por vez ou outra entre as sombras.
 
Malachiah foi a primeira a entrar, em passos provocantes, na catedral abandonada, vilipendiosa, como se quisesse que os deuses soubessem que aquele não era mais o seu lugar.
Logo após, a aura da natureza parecia trazer vida novamente àquele lugar ao caminhar de Lyf, com suas patas grandes, ecoando o titilar de suas garras batendo no chão frio de pedra enquanto sua voz rouca chama seres do mundo feérico para iluminar o caminho de Onno, que, com seus olhos, profundos como a morte, rapidamente percebe o alçapão escondido. Com movimentos complexos de seus dedos compridos e cheios de nós, os mecanismos rapidamente cedem e abrem-se para que prossigamos.
 
Descendo pela passagem, seguir pelos corredores escuros e apertados tira meu fôlego, a proximidade com aqueles três é inebriante, o cheiro forte realça seus feromônios, minhas pernas ficam bambas e minha mente parece balançar.
Sem perder foco na busca, Onno para e os outros entendem a mensagem de seu olhar semi-cerrado. Malachiah toma a frente e atravessa uma parede falsa ao lado, tendo seu corpo rápidamente rodeado por chamas de uma armadilha que claramente não tem vez contra o calor de seu belo corpo de súcubo.
Adiante, o portão para um templo do deus do Sangue. Que permite nossa entrada ao perceber o pulsar fervilhante de nossas veias.
Notando minha vertigem diante de tamanha embriaguês, as garras proeminentes de Lyf me abraçam novamente, colocando-me sobre seus ombros delgados. Pobre de mim, alucino ainda mais sentindo o calor frio de suas escamas roçando nas minhas pernas enquanto seu aroma de uma fria floresta nas montanhas me lembra de outros amores.
Sempre frio e hábil, Onno se coloca à frente novamente, adentrando o lar dos algozes como se fosse sua morada. Sua pele, escura como mogno sumindo pelas sombras novamente. Quando dou por mim, estava remexendo as escamas do draconato e montando pequenos berloques, ele vira seu rosto para mim e sorri, mostrando suas grandes presas prateadas. Sem muito pensar, desperto os pequenos como um enxame de escamas e cobre. Sua voz suave atravessa meu corpo trêmulo - São como filhos nossos - ele diz. E minha mente foge de mim por um tempo infinito de uns prováveis 30 segundos até o barulho de baixo nos lembrar do que tinhamos que fazer.
 
Lá em baixo, Onno dança como o vento, cercado de muitos inimigos, matando um atrás do outro, ignorando a dor das lâminas que vão de encontro ao seu corpo esguio, abrindo brexas em seu corselete, dando amostras de seu abdômen tonificado e suas costas desenhadas em cicatrizes de quem já passou por muitas noites intensas.
Um frenesi intenso corta minha mente quando Malachiah rompe o manto trazendo os piores pesadelos a mente daqueles que rodeiam o meio-elfo. Muitos caem com seus narizes sangrando ou gritando palavras de delírio. As pontas sólidas do tridente de Lyf chegam logo depois, penetrando a carne daqueles que tentam nos atocaiar.
Demônios irrompem de um rasgo na realidade, trazidos por uma feiticeira escondida nas sombras. Que logo é trespassada pelos dardos de Onno. Diante de tudo, só consigo reagir com um movimento, estilhaçando a mente da gnoma antes que conseguisse se levantar novamente. Ela cai com seus ouvidos sangrando.
O ar rubro, cheirando a ferro, atinge as narinas da tiefling, que, de olhos flamejando, desfila por entre o campo de batalha deixando suas coxas rosadas dançarem para fora de seu robe. Com suas mãos cheias de jóias ímpias e longas unhas vermelho-sangue, levanta um dos sobreviventes pelo rosto e começa a lhe queimar, trazendo para perto de sua face lasciva, abrindo seus lábios vermelhos para lhe sugar a alma em meio a gritos desvairantes.
Onno e Lyf encaram a atitude de Malachiah, enquanto ela larga o corpo murcho ao chão e continua a aladear-se rumo ao próximo andar.
 

  • LYF! - O gemido inconfundível de Ryka anuncia que encontramos a princesa paladina que viemos resgatar. Por entre a nuvem de fumaça de Onno, salta o draconato argênteo, patas ficando ainda maiores, pelos crescendo sobre suas costas e sob minhas mãos, seguro firme como se fosse a última vez que sentiria o calor de Lyf. Ele rasga a pele de demônios como um urso, sangue negro espirrando em nossos rostos. Sei que não posso fazer muito, mas meu corpo sabe como se mover no meio de muitos. Eles vem de todos os lados na minha direção e eu contorno-os, mantendo-os em meu domínio até que o tempo congela por instantes.

  • Calor e chamas ofuscantes esguicham do corpo quente de Malachiah, extasiada a ponto de querer nos consumir. Sinto o ardor, mas não paro, continuo segurando o tumulto ao meu redor enquanto meu couro aguentar.
    Quando dou por mim, meu corpo cansado, suado e sujo, vejo os braços opulentos de Lyf envolvendo Malachiah entre os mortos. A chama de seus olhos agora brilhando serenas, alguma coisa mudou. Seus chifres longos, eretos em curvas majestosas golpearam minha mente tão forte quanto seu rabo imenso fugindo pelo seu robe, dançando como um serpente.
     
    Chegando exausto na mansão da Madame Burns, deitei sem dormir, perdida em delírios da noite anterior, o toque e o cheiro deles por meu corpo. Pela manhã, sentei-me a mesa de café, Ryka surge, cheia de pureza e comenta algumas coisas que não consigo entender. Minha mente está em outro lugar, apenas sinto, dentro de mim, um chamado. Digo que esqueci algo no meu quarto e corro para o quarto de Onno. Pela porta levemente encostada, escuto mais de uma respiração e aquele inconfundível perfume de inverno junto ao calor de uma fogueira. Abro a porta e o meio-elfo, entre as cobertas de uma cama muito grande, senta-se e olha para mim. Ao seu lado, os membros largos do draconato, como habitual, envolvendo a pele nua e chamuscada da tiefling.
    A voz provocante de Onno toma comando de meus sentidos - Ei, o que está aí olhando? - ele sussurra.
    E a porta atrás de mim se fecha.

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