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Fenícia

A Civilização Fenícia (Knaˁn; em hebraico: כנען; romaniz.: Kna'an; em grego clássico: Φοινίκη; romaniz.: Phoiníkē; em latim: Phœnicia; em árabe: فينيقيا) foi uma civilização da Antiguidade cujo epicentro se localizava no norte da antiga Canaã, ao longo das regiões litorâneas dos atuais Líbano, Síria e norte de Israel. A civilização fenícia foi uma cultura comercial marítima empreendedora que se espalhou por todo o mar Mediterrâneo durante o período que foi de 1 500 a.C. a 300 a.C.. Os fenícios realizavam comércio através da galé, navio movido a velas e remos, e são creditados como os inventores dos birremes.   Não se conhece com exatidão a que ponto os fenícios viam a si próprios como uma única etnia; sua civilização estava organizada em cidades-estado, de forma semelhante à Grécia Antiga; cada uma destas constituía uma unidade política independente, que frequentemente entravam em conflito e podiam dominar umas as outras, embora também colaborassem através de ligas e alianças. Embora as fronteiras destas culturas antigas fossem incertas e inconstantes, a cidade de Tiro parece ter marcado seu ponto mais meridional. Sarepta (atual Sarafant), entre Sídon e Tiro, é a cidade mais extensivamente escavada pelos arqueólogos em território fenício.

História

Em termos de arqueologia, língua e religião, pouco separa os fenícios das outras culturas da região de Canaã. Como canaanitas, sua única diferença eram seus notáveis feitos marítimos. Nas tabuletas de Amarna do século XIV a.C., chamam-se de Kenaani ou Kinaani ("canaanitas"), embora estas cartas antecedam a invasão dos Povos do Mar em mais de um século. Bem mais tarde, no século VI a.C., Hecateu de Mileto escreve que a Fenícia era chamada anteriormente de χνα, um nome que Filo de Biblos adotou posteriormente em sua mitologia como seu epônimo para os fenícios: "Khna, que posteriormente foi chamado de Phoinix."[carece de fontes] Já no terceiro milênio a.C.. expedições marítimas eram feitas pelos egípcios para trazer "cedros-do-líbano".   O relato de Heródoto (escrito por volta de 440 a.C.) se refere aos mitos de Io e Europa:   “ Os persas mais esclarecidos atribuem aos fenícios a causa dessas inimizades. Dizem eles que esse povo, tendo vindo do litoral da Eritreia para as costas do nosso país, empreendeu longas viagens marítimas, logo depois de haver-se estabelecido no país que ainda hoje habita, transportando mercadorias do Egito e da Assíria... ” Estudos genéticos   Spencer Wells, do Genographic Project, realizou estudos genéticos que demonstraram que a população masculina do Líbano, Malta, Espanha, e outras áreas colonizadas pelos fenícios, partilham o mesmo cromossomo-Y M89. As populações masculinas que habitam as áreas associadas com a Civilização Minoica e os Povos do Mar têm marcadores genéticos totalmente diferentes, o que indica que não existia relação ancestral entre os fenícios e estes povos.   Em 2004, dois geneticistas da Universidade Harvard, importantes cientistas do Projeto Genográfico da National Geographic, Pierre Zalloua e Wells, identificaram "o haplogrupo dos fenícios" como sendo o haplogrupo J2, deixando aberto o caminho para estudos futuros. A população masculina da Tunísia e de Malta também foi incluída nestes estudos, e mostrou partilhar "contundentes" semelhanças genéticas com os libaneses. Em 2008 cientistas do Genographic Project anunciaram que "até um em cada 17 homens vivendo atualmente no litoral do Norte da África e sul da Europa pode ter um ancestral fenício direto em sua linhagem paterna."  

Apogeu: 1200–800 a.C.

  O historiador francês Fernand Braudel comentou em seu livro, A Perspectiva do Mundo, que a Fenícia foi um dos primeiros exemplos de uma "economia-mundial" cercada por impérios. O ponto alto da cultura fenícia e de seu poder marítimo costuma ser datado como o período que vai de 1 200 a 800 a.C.   Diversos dos importantes centros urbanos fenícios, no entanto, teriam sido fundados muito antes disso: Biblos, Tiro, Sídon, Simira, Arwad e Beirute (Berytus) são citadas nas tabuletas de Amarna. A arqueologia identificou elementos culturais do zênite fenício já no terceiro milênio a.C.   Uma liga formada por cidades-estado portuárias independentes, juntamente com outras situadas em ilhas ou ao longo dos litorais do mar Mediterrâneo, era muito apropriada para o comércio entre a região do Levante, rica em recursos naturais, e o resto do mundo antigo. Durante o início da Idade do Ferro, por volta de 1 200 a.C., um evento até agora desconhecido ocorreu, associado historicamente com a chegada de um povo vindo do norte, conhecido pelo exônimo de Povos do Mar. Estes povos enfraqueceram e destruíram as civilizações egípcia e hitita, respectivamente; no vácuo de poder que se seguiu à sua chegada, diversas cidades fenícias adquiriram importância como potências marítimas.   As sociedades fenícias estavam fundamentadas em três bases de poder: o rei; o templo e seus sacerdotes; e o conselho de anciãos. Biblos foi a primeira cidade a se tornar um centro predominante, a partir de onde os fenícios saíram para dominar as rotas comerciais dos mares Mediterrâneo e Eritreu (Vermelho). Foi nesta cidade que a primeira inscrição no alfabeto fenício foi encontrada, no sarcófago de Airã (c. 1 200 a.C.). Posteriormente, Tiro tornou-se a cidade mais poderosa; um de seus reis, o sacerdote Itobaal I (887−856 a.C.) estendeu seu domínio sobre a Fenícia até a cidade de Beirute, e conquistou parte da ilha de Chipre. Cartago foi fundada pelos fenícios; de acordo com Veleio Patérculo, sua fundação ocorreu 65 anos antes da fundação de Roma, pela tíria Elissa, chamada de Dido. O conjunto de cidades-reino que formavam a Fenícia passou a ser conhecido por estrangeiros, e até mesmo pelos próprios fenícios, como Sidônia (Sidonia) ou Tíria (Tyria os fenícios e cananeus eram chamados de sidônios ou tírios, à medida que uma cidade fenícia sucedeu a outra no poder.  

Declínio: 539−65 a.C.

  Ciro, o Grande, rei da Pérsia, conquistou a Fenícia em 539 a.C. Os persas dividiram a Fenícia em quatro reinos vassalos: Sídon, Tiro, Arwad, e Biblos. Estes reinos prosperaram, e forneceram frotas navais para os reis persas. A influência fenícia, no entanto, passou a diminuir depois da conquista; é provável que boa parte da população fenícia tenha migrado para Cartago e outras colônias depois do domínio persa. Em 350 e 345 a.C. uma rebelião em Sídon liderada por Tennes foi esmagada por Artaxerxes III; sua destruição foi descrita por Diodoro Sículo.   Alexandre, o Grande conquistou Tiro em 332 a.C. após o Cerco de Tiro. Alexandre foi excepcionalmente cruel com a cidade, executando 2 000 de seus principais cidadãos, embora tenha mantido o rei no poder. Em seguida tomou posse das outras cidades de maneira pacífica; o soberano de Árados submeteu, e o rei de Sídon foi deposto. A ascensão da Grécia helenística gradualmente tomou o lugar dos resquícios do antigo domínio fenício sobre as rotas comerciais do leste do Mediterrâneo. A cultura fenícia acabou por desaparecer totalmente em sua pátria de origem, embora Cartago tenha continuado a florescer no Norte da África, controlando a mineração de ferro e metais preciosos na Ibéria, e utilizando seu poder naval considerável e seus exércitos de mercenários para proteger seus interesses comerciais, até a eventual destruição pelas tropas romanas em 146 a.C., no fim das Guerras Púnicas.   Depois de Alexandre, a pátria fenícia foi controlada por uma sucessão de soberanos helenísticos: Laomedonte (323 a.C.), Ptolemeu I (320 a.C.), Antígono II (315 a.C.), Demétrio (301 a.C.), e Seleuco (296 a.C.). Entre 286−197 a.C., a Fenícia (com a exceção de Árados) foi dominada pelos Ptolemeus do Egito, que instauraram os sumos-sacerdotes da deusa Astarte (Eshmunazar I, Tabnit, Eshmunazar II) como soberanos vassalos de Sídon.   Em 197 a.C. a Fenícia, juntamente com a Síria, voltou para a mão dos Selêucidas. A região ficou cada vez mais helenizada, embora Tiro tenha se tornado autônoma em 126 a.C., seguida por Sídon em 111 a.C. Toda a Síria, incluindo a Fenícia, foi capturada pelo rei Tigranes, o Grande, da Armênia, de 82 a 69 a.C., quando o monarca foi derrotado pelo general romano Lúculo. Em 65 a.C. Pompeu, o Grande finalmente incorporou o território à província romana da Síria.

-1200 - -539

Tipo
Geopolitical, Empire
Sistema de Governo
Monarchy, Absolute
Territórios Controlados
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