A viagem para
Thundertree transcorreu sem maiores problemas. No primeiro dia, um vento frio soprava das
Montanhas da Espada. No segundo dia, o aumento de temperatura trouxe a chuva, mas ao final do terceiro dia de viagem já tinham outra queda de temperatura, que transformou a precipitação em neve. Antes de acamparem, puderam divisar as ruínas cobertas de cinzas, mas também uma estranha vegetação que tomava o lugar.
Estavam ali para encontrar o druida que
Qelline Alderleaf havia lhes indicado como a única pessoa que saberia encontrar a Mina de Phandelver. Também em Thundertree estava a herança de
Mirna Dendrar, no boticário que pertencia à sua família.
22 de Tarsakh de 1488 CV, Bem Claro
Já em Bem Claro adentram o perímetro de Thundertree. Feralas, o Tatuado e
Sora Verthisalthurgiesh estranhavam aquela vegetação. Para uma vila abandonada em 1451 CV pela explosão do Monte Hotenow, a vegetação não parecia ter crescido como o esperado. E mesmo no fim do inverno mostrava-se viçosa.
Encontro com o maltrapilho
Uma placa os esperava na entrada sul: “Perigo! Plantas monstro e mortos-vivos!”. Sora percebeu uma trilha de dentes de lagarto que dava a volta em uma casa, uma das poucas estruturas de Thundertree intactas, com as janelas cobertas por tábuas pregadas. Quando terminaram de dar a volta na casa seguindo a trilha, Feralas desviou de um ataque inesperado. Um cajado passou por sua cabeça, brandido por um homem sujo, coberto de lama no rosto, com gamos saindo dos cabelos.
Prontamente o elfo perguntou se era
Reidoth, o que deixou o druida perplexo por saberem quem era. Apresentaram-se como amigos de Qelline Alderleaf. O druida os examinou. Em Sora, disse ver uma caçadora cuja história da raça resolveria seu problema. Em Fálbala viu a terra de
Ixinos, deixando a elfa surpresa com o comentário. Em
Rufus reconheceu o amigo de Phandalin. Reidoth explicou-lhes o motivo da vegetação anômala em Thundertree: a presença de um dragão verde, Presa Peçonha. Há algum tempo o dragão havia se instalado ali, na torre na colina da vila. As plantas começaram a se modificar, dando lugar a variantes venenosas. Prometeu-lhes guiá-los até a Mina de Phandelver, que considerava um local fácil de achar se as pessoas ouvissem o som da terra, se conseguissem tirar o dragão dali, da maneira que fosse possível. Feralas e Fálbala perceberam que Rufus estava um pouco apreensivo com a história do dragão. O homem tremia mais que vara verde. Ander Bonecreek votou por deixar o ruivo com suas coisas que carregavam e que Reidoth seguisse com eles, mas foram perturbados pelo ataque de galhos secos.
Após destruírem seus atacantes, Feralas percebeu que o ruivo parecia ser mais novo do que dizia. Descobriram que ele tinha apenas 16 anos, e todos o julgavam mais velho por seu tamanho, força e barba (ainda que ele reclamasse que a atual era curta). Mas com Reidoth machucado pelo ataque dos Galhos e recolhendo-se para se curar, o ruivo prometera cobrir-lhes a retaguarda, recusando-se a deixar seus amigos.
Descarregaram sua carroça e deixaram o burro com Reidoth, para melhor proteção. Porém, no processo, Corrin Greenbottle foi transferir parte da bebida mágica para seu odre e acidentalmente aspirou os vapores. Suas mãos incharam e dela saíram pelos grossos. Seu toque estava pegajoso, como patas de aranha.
Oito patas puxando as cordas
Após ouvir o que Sora tinha a dizer sobre como seus antepassados matavam dragões em Abeir, Ander decidiu que o melhor local para armarem uma estratégia seria o posto da guarda na praça de Thundertree, um dos poucos lugares ainda de pé.
No caminho, os olhos amplificados pelo poder da Rainha de Rapina do bruxo captaram as cinzas e neve paradas no ar, disfarçadas pela neve que caía. Segurou Feralas antes que o elfo se enroscasse nas teias que ali estavam, disfarçadas. Acendendo uma tocha, queimou a armadilha e as aranhas saíram do prédio.
A primeira saltou em cima de Corrin. O halfling usou seu cajado para atacar a aranha e desferiu diversos golpes em seu abdômen antes de rolar para fora de seu alcance. Suas mãos, já transformadas pela bebida, sofreram outra alteração, tornando-se de fato patas de aranha, tendo dificuldade para segurar seu cajado. Ander protegeu-se usando o Cajado da Defesa de uma teia que a outra aranha disparou.
Feralas falou na língua das aranhas, brandindo a tocha de Ander para afastá-las e convencê-las de que eram mais mortais que pareciam. As aranhas duvidaram de suas palavras e o condenaram a ter ossos limpos e secar em casulo. Feralas transfigurou-se em uma aranha gigante para poder lutar de igual para igual, mantendo suas tatuagens, o que o diferenciava para seus amigos.
Fálbala e Sora atacaram aranha que estava ao chão. Rufus veio correndo com seu machado e deu o derradeiro golpe. Corrin aproveitou as patas de aranha para subir mais facilmente na casa e enfrentar a aranha que disparava teias. Porém, no duelo, foi mordido e o veneno o deixou bem abalado.
Foi Fálbala que o impediu de ser mordido novamente, terminando com a aranha quando Feralas já subia para ajudar o amigo halfling. Sora administrou uma poção de cura para os ferimentos do monge, mas nada de efeito teve sobre sua transformação. O halfling começava a ficar preocupado, ainda tinha o cavanhaque que o gole anterior da bebida havia lhe conferido. Que mais transformações poderiam lhe ocorrer?
Dentro da casa, Ander encontrou um corpo enrolado em teia. Abrindo o casulo, descobriu ser um elfo, já ressequido, seus fluídos drenados pela aranha. Não poderia precisar há quanto tempo o elfo havia morrido e difícil seria dizer quem era.
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