Cosmologia

"A Criação é vasta além do que os olhos observam em Domus, muito maior na verdade. Por meio de equipamentos especiais, é possível enxergar nebulosas no espaço que definem elementos. Enquanto isso, outros métodos de estudo, apontam dimensões distantes que ressonam com a nossa terra e trazem as suas maravilhas para cá. Um estudo complexo, mas de grande curiosidade, esta é a astronomia."

- Luna Nianoden, Bibliotecária Responsável.

A imensidão do universo cativa os mortais. Basta olhar para o céu durante uma noite estrelada e observar atentamente. Os menos perceptivos já são agraciados com a bela visão das constelações e vez ou outra cometas que rasgam os céus. Enquanto isso, os mais perceptivos enxergam belezas além, que podem ser interpretadas de muitas formas. Portanto, é certo: A existência vai muito além de Domus.

Por mais que muitos acreditem na existência de outros mundos, não é uma tarefa nem um pouco fácil andar entre eles. Na verdade, o acesso é tão difícil que o conhecimento se torna escasso. Em outras palavras, a maioria esmagadora dos mortais sequer sabem que é possível viajar entre os veios da existência. Enquanto isso, aqueles que sabem executar tal façanha quase nunca estão abertos a passar o conhecimento assiduamente para frente. Dizem que quando um indivíduo começa a se aventurar muito fora de sua origem, a mente dele começará a deixar a existência simples de lado e gradualmente tomará dimensões grandiosas. Seja isso puro egocentrismo destes conjuradores ou um efeito colateral verdadeiro das viagens, é sabido que a resposta não é obtida de forma plena.

É de suma importância deixar claro que há planos de existência desconhecidos pelos mortais. Alguns já foram percebidos, mas ninguém sabe como alcança-los, enquanto outros sequer deixaram evidências suficientes para trás. Sendo assim, é claro que tais planos são completamente inacessíveis.

Também conhecido como Plano Material, ou Midgard entre os anões e gigantes, o Plano Terreno é a dimensão de existência de todas as criações palpáveis dos deuses. Por conta disso, é aqui em que há vida mundana e sem um propósito específico, os seres detentores de livre arbítrio.

Domus é o local de existência primária dos seres e de todos os aspectos terrenos, mas é dito que há vida e poderes fora desse planeta. Contudo, poucos sabem disso. O conhecimento cosmológico é escasso e concentrado na mão de sábios por todo o mundo, que enxergam por meio de poderes, ou objetos específicos, as belezas além do que o céu azul permite ver.

É dito que Domus é o terceiro planeta que orbita a estrela criada por Hélios, chamada de Hélia ou Sol, e é um dos únicos lugares em que a vida prolifera. Qualquer outra evidência de vida em um dos outros cinco planetas é inconclusiva e geralmente não passam de lendas. Além disso, Domus possui uma lua chamada Mahina, que possui influência na magia e na física do planeta.

Há também estrelas e corpos celestes que remetem a planetas além do Sistema Heliano, mas mal se tem conhecimento de como eles se parecem. Ademais, há nebulosas distantes que são visíveis por meios mágicos dadas condições específicas, que dizem ser referentes a planos elementais, mas isso não é confirmado. Vale ressaltar que não há meios conhecidos atualmente para visitar qualquer outro planeta, tampouco obter informações mais consistentes.

Os Planos Internos são aqueles que, espacialmente, estão próximos do Plano Terreno e por conta disso manifestam alguns de seus elementos basais nele. Um bom exemplo disso são os dos quatro planos elementais, que se manifestam em aspectos de literalmente todas as coisas tocáveis em Domus, seja uma manifestação direta, como as águas do oceano, ou uma indireta, como o aço, que é derivado da terra e do fogo. Sendo assim, tudo, em sentido enérgico, é composto por elementos, que são divididos entre químicos, elementares e configurativos.

Existem três categorias de Planos Internos, sendo elas: Elementares, Configurativos e Espelhados. Cada tipo abarca uma dimensão diferente da matéria, cuja manifestação enérgica só pode ser detectada caso a frequência correta seja alcançada, de forma que haja ressonância com o Plano Terreno. Apesar de confuso, é como se eles possuíssem a própria frequência basal, mas pudessem ressonar, dado os fatores corretos, com a do Plano Terreno para criar pontos tangíveis.

Sendo assim, os Planos Elementares são os polos de manifestação tangível dos quatro elementos primordiais, que, com base neles, toda a matéria é configurada em essência. O ponto de interseção entre o estudo físico e o mágico se dá na composição química dos objetos, possuem traços que ditarão a essência que nele será encontrada. Por exemplo, enquanto a água seja detentora de essência da água em seu estado elementar, ela também possui uma composição única para fins alquímicos. A mesma lógica se aplica para todo o resto. Portanto, em casos raríssimos, é possível enxergar nebulosas com as colorações dos polos abarcados dentre os Planos Elementares, como se, há muitos quilômetros de distância de Domus, eles tivessem entrado em sintonia com o Plano Terreno e estão manifestando o seu elemento base de forma visível. Vale lembrar que os polos não são necessariamente únicos em quesito elementar. Por exemplo, há ilhas rochosas que voam à deriva em Aer, sendo que elas são obviamente parte do elemento terra, mas estão em um local do elemento ar.

Em paralelo, existem os Planos Configurativos, que, à grosso modo, determinam a ordem e o caos presente na matéria. Eles estão presentes em quantias distintas em tudo que é tangível, mas só são detectáveis se estiverem presentes de forma significativa. Por exemplo, um cubo de gelo possui essência de água e traços da ordem por estar ordenado em algo condensado, enquanto a água líquida possui apenas a essência de água detectável e, por fim, o vapor de água possui essência de água e traços do caos por estar desordenado em uma forma gasosa. Cientimagos, que são conhecidos por estudarem química, física e magia, têm atribuído o termo "Entropia" para nomear a capacidade de caos que algo possui e o quão propenso à mudança esse algo está. Dessa forma, um combustível fóssil, totalmente volátil, terá essência de fogo e terra, e traços de caos, enquanto uma placa de aço possuirá essências de fogo e terra, e traços de ordem, mas o magma terá apenas essência de fogo e terra por estar em um estágio propenso à mudança, mas ordenado de certa forma, o que impede a mensuração do traço que traz a essência da ordem ou do caos.

Por fim, há os Planos Espelhados. A maneira mais fácil de resumi-los é dizendo que são duas formas variantes do Plano Terreno existir, mas que a energia é predominantemente positiva em um, enquanto a do outro é negativa, lembrando que o Plano Terreno em si é energicamente neutro. Contudo, esse resumo é grosseiro demais para dar a real imensidão e significância de ambos. Ambos, na realidade, são permeados por uma essência conhecida como "Essência dos Sonhos", dita entre os estudiosos por ser a mais poderosa de toda a Criação, cujo apenas divindades conseguem molda-la efetivamente. É como se fosse uma parte configurativa da matéria que somente divindades possuem acesso pleno para fazerem o que bem entenderem. Portanto, tal essência é originada diretamente das Águas da Criação e, em teoria, é finita. Não se sabe o motivo da existência dos Planos Espelhados, mas apenas que ambos tomam o Plano Terreno como base, mas o modificam à sua própria forma.

Muito afastados do Plano Terreno, os Planos Externos estão sob a ação de energias que os posicionam em pontos específicos em relação ao Plano Terreno, como se orbitassem uma estrela. Isso é chamado de Configuração Cosmológica e há vários esquemas dentre as civilizações para explicar o funcionamento deles. Por conta do conhecimento ser disperso, há sociedades que dizem da existência de planos que outras sociedades jamais ouviram falar e nunca há evidências concretas para tal. Contudo, os quatro planos citados abaixo são presentes em quase todas as representações cosmológicas pelo mundo e possuem fortes evidências científicas que comprovam a sua existência.

Em termos de Configuração Cosmológica, os Planos Superiores são aqueles que estão mais próximos de Luxia, o Polo Positivo da Criação, enquanto os Planos Inferiores são os que estão mais próximos de Umbria, o Polo Negativo da Criação. É claro que essa proximidade com um determinado polo influencia nas características do plano, uma vez que são energias de polaridade distintas agindo. Contudo, um Plano Inferior, por exemplo, não necessariamente possuirá apenas energia negativa e vice-versa no caso dos Planos Superiores.

Além disso, tais planos possuem uma conexão muito fraca com o Mar Etéreo, mas uma conexão boa com o Mar Astral. Portanto, habilidades que utilizam Essência Etérea como base possuem dificuldade para funcionar nesses locais ou simplesmente não funcionam.

Todo Plano Esotérico é feito apenas por energia e não abarca a matéria do jeito que é vista no Plano Terreno. Contudo, ainda assim eles possuem forma e a manifestação física de objetos e seres vivos, de forma completamente paradoxal à própria existência deles. Alguns dizem que esse é simplesmente o jeito a qual os mortais interpretam tudo o que existe nestes lugares, enquanto outros afirmam que é simplesmente outro tipo de matéria, e há até mesmo aqueles que acreditam na conversão total entre matéria e energia quando se trata de tais conexões planares. Independente da vertente a ser seguida, esse conhecimento é confuso para os mortais e talvez nunca haja uma resposta concreta sobre o assunto.

Os Planos Divinos são aqueles que, como o nome sugere, possuem poder divino em seu alicerce, isto é, manifestam-se com o mesmo poder que deu origem aos deuses. Por sua vez, os Planos Transitivos são regiões entre o cosmos que vibram com a força primal das Águas da Criação, portanto simplesmente existem e exercem as suas forças e conexões enérgicas em demais locais sem dependerem de uma motriz externa.

É dito que todo deus possui uma morada em um dos reinos de Godsheim, com exceção de alguns que moram em outros planos de existência. Sendo assim, dentro de Godsheim, um Plano Divino, cada deus possui a sua área de domínio para exercer o seu próprio controle e ter o conforto que julga merecer.

São simplesmente os planos cuja existência é difícil de se explicar e mal existe conhecimento sobre eles. Apenas grandes acadêmicos possuem informações concretas, enquanto acadêmicos menores geralmente sequer sabem da existência deles. Para um leigo no assunto, tais nomes é ainda mais difícil de serem conhecidos.

Os Polos da Criação são um grande mistério e apenas grandes conhecedores da cosmologia sabem dizer algo sobre. É extremamente difícil concluir qualquer coisa sobre eles, pois os dois planos sequer parecem estarem conectados diretamente com algo na Criação.

As existências nocivas são qualquer plano, dentro ou fora da Criação, que a existência por si só agride tudo o que a Criação representa. Seja em quesito de matéria, energia, ideal ou qualquer outra coisa. É perceptível o grau de nocividade quando mortais podem enlouquecer por simplesmente compreenderem um mínimo detalhe sobre eles ou um ser oriundo diretamente de tais lugares. O maior exemplo é o das Terras Distantes, que até está na boca do povo por conta da religiosidade contra, e às vezes à favor, a Mor'gorath, mas quase todos que falam da região não entendem sequer o mínimo do que o lugar é de verdade.