Ato - 3 - O Castelo Krause in Mundo de Consilium | World Anvil
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Ato - 3 - O Castelo Krause

  • 10/06/842 – 9:30
  • Kalö levantou da cama em um pulo, aquele era o grande dia. Não que ela estivesse animada para a comemoração, mas tinha treinado por tempo demais para deixar que qualquer coisa atrapalhasse a apresentação no coliseu.
  • Dez anos atrás, lorde Berndt Krause havia acolhido a garota Tiefling em seu castelo, ele nunca foi muito carinhoso, mas estendeu a mão a ela e a tirou das ruas. Ainda que só estivesse pensando em sua apresentação.
  • A mulher ajeitou o cabelo, branco como a neve, em um longo rabo de cavalo e arrumou a franja perto dos dois longos chifres escuros que irrompiam de sua pele avermelhada. Kalö sabia de cor como seria a apresentação, uma performance de guerra, feita para que os nobres se divertissem. Haveriam bardos usando magias e atores contratados fazendo o papel dos vilões. Ela seria apenas mais uma no meio da multidão, entraria pela porta do coliseu do castelo, pretenderia estar lutando e no final do dia, tudo estaria igual.
  • A vida que ela levava era relativamente tranquila, desde que participou do mesmo tipo de evento dez anos atrás, onde conheceu Murmus Fallack , o antigo líder da ordem dos paladinos. O homem viu nela um talento inato para as artes divinas e conseguiu convencê-la a treinar sob sua tutela. Kalö queria poder agradecer Murmus nesse momento, ele havia mudado sua vida, mais até do que lorde Krause . Porém, ambos estariam muito ocupados naquele dia. O paladino tinha que cuidar de assuntos da segurança e o lorde provavelmente já estava bêbado em algum lugar do castelo, na verdade, ele já deveria estar bêbado há alguns dias. Tudo o que podia fazer para ajuda-los era checar se os detalhes da celebração estavam todos nos conformes.
  • Ela saiu pelo castelo atrás de qualquer problema que pudesse identificar, fosse uma bandeira solta fosse uma conspiração, mas tudo parecia estar no lugar certo. Continuou procurando por algo que pudesse estar errado, qualquer coisa, o menor dos detalhes não poderia passar despercebido. Até que Kalö entrou na cozinha do castelo, atravessando algumas portas até chegar ao armazém. Dezenas de caixas preenchiam o local até o teto, algumas já abertas. Cozinheiros entravam e saíam com pressa do aposento. Ela checou cada uma das caixas e para sua surpresa encontrou algo. Uma, das centenas de caixas, estava com manchas de sangue.
  • Era apenas uma? Sim. Mas deveria haver uma explicação para isso. Ela tentou de todas as formas abrir o caixote, mas ele parecia selado, quase que de forma mágica. Kalö sabia que não deveria gastar seus dons de paladina com coisas fúteis, mas tinha de checar. A Tiefling se concentrou, colocou as mãos sobre a caixa selada e usou seu sentido divino. Se houvesse algum tipo de magia das trevas ali, ela sentiria. Porém, não houve reação. Um pouco mais aliviada, mas ainda receosa, Kalö chamou um dos guardas até o local:
  • -Tem sangue nessa caixa! – disse ela quando o jovem guarda anão chegou. Ele pareceu surpreso e rapidamente respondeu.
  • -Ok! Vou falar com o chefe prele ver. – Em seguida pegou a caixa nos braços e saiu com ela do aposento.
  • Não era exatamente a reação que Kalö queria, mas por hora bastava, Guewarra ou Wrainn cuidariam do assunto dali em diante. Ela voltou ao seu quarto para descansar, mas ainda estava nervosa e ansiosa e decidiu usar o tempo que lhe restava praticando sua entrada no coliseu e pensando em quais movimentos usaria para impressionar a plateia.
  • 10/06/842 – 14:00
  • Aswad terminou de almoçar na Sonho do anão e seguiu até os portões do castelo onde centenas de plebeus esperavam ansiosamente pela chance de conhecer o interior das muralhas. Lorde Krause havia separado um espaço em seu coliseu para que todos que tivessem condições de ir pudessem assistir ao show que ele havia planejado. Ele se importava com o povo. Não o suficiente para colocar seus interesses pessoais em segundo plano, mas desejava que todos vivessem bem.
  • O Tiefling esperou no meio da multidão e com a adaga mágica escondida dentro da roupa de couro e outros itens que nunca abandonavam seus bolsos ele adentrou os portões. Foi revistado, mas conseguiu passar despercebido, era bom nisso.
  • A fila de civis foi instruída a dar a volta pelo lado de fora do primeiro andar do castelo, Aswad prestou atenção em cada uma das janelas durante o percurso, mas todas estavam devidamente trancadas e a quantidade de guardas que o observava era muito grande. Ainda assim quando avistou uma porta atrás dos jardins decidiu arriscar, queria descobrir mais sobre o castelo e, quem sabe, roubar algum tesouro.
  • Ele esperou um dos guardas se distraia com uma conversa e passou despercebido por entre as dezenas de árvores que se dispunham formando uma letra K gigantesca. Correu até uma porta de madeira rígida que parecia levar a uma sala de estar, ela estava obviamente trancada. Aswad pegou sua gazua e depois de alguns minutos tentando, desistiu de abrir a porta. Parecia impossível, até mesmo para um especialista como ele. Se tinha uma coisa que os anões sabiam fazer bem eram fechaduras, logo não era de se espantar que em um castelo enânico as portas estivessem sempre bem trancadas.
  • Sem saber o que fazer, bateu na porta, na esperança de que alguém abrisse assim ele poderia entrar. Entretanto, tudo o que conseguiu com o barulho foi chamar a atenção de um dos guardas. Um Anão vestindo uma pesada armadura foi correndo até ele e gritou com a voz rouca e abafada:
  • -Ei, você! Saia daí agora!
  • -Eu to perdido, cara. É aqui o banheiro? – Era uma desculpa idiota, mas Aswad usava-a com frequência e já tinha salvado ele algumas vezes. O anão parecia incrédulo e sofrendo com a armadura pesada em um dia ensolarado não quis pensar muito sobre o ocorrido.
  • -Venha comigo! – Dizendo isso ele puxou o tiefling grosseiramente pela mão e o levou de volta até a fila junto com o povo. – Entre por aí! – Aswad deu de ombros, não havia muito a se fazer. Pelo menos poderia curtir o show. Então seguiu com os civis até seu lugar e esperou pela apresentação.
  • 10/06/842 – 14:00
  • Fararëyn já havia pego a roupa com Gudzal , o velho fez um ótimo trabalho ao arranjar aquela peça, um colete de linho levemente azulado com bordas e decalques prateados, usado por cima de uma blusa branca e lisa e com uma calça preta do melhor material. Ele poderia até ser reconhecido por algum plebeu que já o tivesse visto xingando gatos e bebendo pelos becos de Irëng , mas para uma autoridade de um reino distante ele pareceria tão nobre quanto qualquer uma das pessoas no local.
  • Tentou lembrar de cabeça o melhor que pôde do mapa oferecido pela Tiefling na noite anterior, se estivesse correto, haveria uma passagem, uma pequena tubulação atrás dos muros dos jardins, e ele passaria por ali.
  • O homem colocou uma capa preta por cima da roupa chique, não podia arriscar sujá-la, e foi atrás da passagem. Tudo estava exatamente como no mapa e antes que percebesse Fararëyn estava dentro das muralhas, em um canto escondido perto de arbustos que cresceram mais do que deveriam. Ele guardou o capuz na passagem secreta, pretendia voltar por ali, e seguiu caminho pelos muros, como se estivesse perdido. Em alguns instantes, se encontrou com umguarda anão:
  • -Quem é você? Mais um? O que você tá fazendo aqui? – Perguntou o anão por entre a barba e o bigode ruivos Era a segunda pessoa que ele encontrava fora da fila, estava sol, ele estava cansado, tinha dado uma topada com o mindinho... Aquele definitivamente não era seu dia de sorte.
  • -Eu estou aqui por Arin Hammermail , o maior dos arquitetos de sua era, sou um grande fã de sua obra e vim apreciar o trabalho que ele fez ao construir...
  • -Eu não sei de quem você tá falando! – Gritou o Anão já se preparando para um possível combate.
  • -O que?! Você não conhece Arin?! Ele é o grande... – Fararëyn insistiu em fingir que conhecia o homem, ainda que mal tivesse certeza de seu nome, e parecia estar funcionando, pelo menos com esse guarda.
  • -Tá bom! Tá bom! Tá bom! – Ele só queria ir pra casa logo, aproveitar uma boa noite de sono com sua esposa e brincar com seus filhos. O anão olhou para o monge de cima a baixo e após xingar mentalmente a capitã da guarda por tê-lo colocado cuidando dos jardins continuou: - O senhor pode me seguir, por favor? Em seguida ele encaminhou Fararëyn até a fila dos nobres, uma fila rigorosamente e bela e desnecessariamente larga que levava até uma escada para o segundo andar do coliseu, a parte onde os nobres e ricos comerciantes ficariam alojados, recebendo comidas, bebidas e a melhor visão do espetáculo. A infiltração havia sido um sucesso.Fararëyn esperou pelo começo do show em meio a dezenas de nobres de todas as raças.

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