Ato – 4 – Ataque no Coliseu in Mundo de Consilium | World Anvil
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Ato – 4 – Ataque no Coliseu

  • 10/06/842 – 15:00
  • As horas passaram voando e antes que Kalö pudesse perceber já estava atrasada para o evento, a tiefling catou suas coisas e saiu correndo pelos largos corredores até o local da apresentação.
  • Entrou pelo portão oeste, o coliseu estava lotado, haviam pessoas de todos os tipos, raças, tamanhos, cores, gêneros e classes. Plebeus riam e se empurravam por melhores lugares nas fileiras inferiores, no alto, nobres comentavam sobre seus assuntos enquanto observavam a apresentação. Ainda que houvessem ricos anões torcendo e pulando enquanto chacoalhavam armas imaginárias em uma mão e pedaços enormes de comida na outra. Na arena, não deveriam haver mais que cinquenta pessoas, artistas contratados para papéis de bárbaros, Orcs , magos e assassinos. Magias de gelo e raio explodiam pelos céus do coliseu como fogos de artifício, flechas eram atiradas e espadas se chocavam umas contra as outras ecoando pelo espaço. Jamais existira no Reino de Cam espetáculo de tamanha proporção.
  • Kalö foi correndo até o primeiro artista que encontrou, ele usava um capuz cobrindo o corpo, provavelmente estava fazendo o papel de um ladino, o homem era alto e esguio e sua pele era tão branca que mesmo à distância era possível enxergar suas veias. Seus olhos amarelos se fixaram na mulher e ele a atacou com a adaga.
  • A tiefling, preparada para atuar, fingiu revidar com uma pequena faca que trazia presa à cintura, entretanto, no momento em que iria aparar o golpe, o homem girou a faca e a enfiou na mão da mulher.
  • Kalö puxou a mão largando a faca no chão arenoso e gemeu de dor. Não estava entendendo. – Como assim? É só uma apresentação! – Ela não iria deixar isso passar. Ainda sem conseguir fechar o punho direito, pegou uma foice curta na cintura com a mão livre e atacou o homem. O golpe havia sido um aviso, mas o atingiu de leve na barriga. Como se já esperasse pela reação ele sacou uma cimitarra e recuou ficando em posição de ataque.
  • A plateia ia à loucura, gritando e fazendo apostas, sem saber que o sangue que jorrava dos artistas e pintava o chão do coliseu era de verdade, sem saber que as pessoas atingidas pelas magias necessitavam de cuidados médicos urgentes e que cada uma delas ali corria sério risco de vida. Para os que observavam tudo parecia apenas um show muito bem planejado.
  • O homem a atacou em um instante com a cimitarra, rápido demais para que ela conseguisse desviar. A lâmina deslizou por sua barriga e se não fosse pela armadura que estava vestindo, o corte teria sido mais que superficial.
  • Kalö queria usar seus poderes de paladina para curar seus ferimentos, no entanto, estava muito cansada para isso, havia se esforçado demais ao treinar antes da apresentação. Ela tentou recuar, mas tropeçou nos próprios pés e, por não querer largar a foice, caiu se apoiando na mão esfaqueada, afundando ainda mais a adaga no ferimento.
  • A tiefling olhou ao redor procurando por algum aliado para ajudá-la. Não reconheceu ninguém, era de se esperar, ela não havia procurado por amizades no castelo. Pelo contrário, tinha dificuldade em confiar em qualquer um que fosse gentil demais, nada mais justo, foi assim que sobreviveu nas ruas quando criança. O homem veio andando em sua direção, cada balanço da cimitarra cortava o ar à sua frente. Ele avançou e ela fechou os olhos.
  • No instante seguinte ouviu-se um guincho estridente seguido de um grito de dor e o barulho de sangue jorrando. Quando Kalö abriu os olhos, um pequeno demônio vermelho e esquelético destrinchava animadamente o rosto do homem a sua frente.
  • Tanto da arquibancada dos plebeus quanto da dos nobres foi possível ver quando dezenas de diabretes saíram voando pelas portas do coliseu em direção à plateia. O caos se instaurou no local à medida que as pessoas percebiam que aquilo não era parte da apresentação. Os nobres clamavam pelos guardas do castelo e o povo se esmagava contra as paredes tentando a todo custo escapar do local com vida.
  • Em meio a toda essa confusão no ponto mais alto do coliseu em seu camarote exclusivo surgiu a figura do Lorde Berndt Krause, vestido com sua armadura preferida, tão dourada quanto sua longa barba, ele apontou para as pessoas em pânico e riu. Riu como nunca havia rido em toda sua vida, sua gargalhada era abafada pelos gritos de dor e desespero, mas ele parecia não se importar. Todos os presentes ali o viram, mas instantes depois já estavam fugindo novamente.
  • Aswad Morigak não pensou duas vezes antes de fugir, aproveitou-se da confusão e correu para a porta mais próxima, não teve problemas para arromba-la com a adaga, os guardas haviam abandonado os plebeus e corriam para acudir os nobres ou para se salvarem. Abrindo a porta, finalmente entrou na sala que tanto queria invadir. Para sua decepção, haviam apenas cadeiras, sofás e enfeites de vidro, frágeis demais para que ele levasse consigo. O tiefling não se deu por vencido e iria checar o resto do castelo, quem sabe encontrasse algo relacionado ao idioma dos pergaminhos, então subiu a escada que levava ao segundo andar.
  • Fararëyn estava conversando com nobres que nunca havia visto em sua vida, certo de que seu plano iria funcionar e de que teria mais dinheiro do que conseguiria gastar em uma vida, quando um dos diabretes passou carregando o anão com quem conversava e junto com mais três o despedaçou no céu acima do coliseu. O assassino quase caiu para trás com o susto e enquanto observava a crise de risos do Lorde Krause , outro diabrete passou voando ao seu lado, dessa vez rasgando a garganta de um comerciante draconato , que caiu em cima de Fararëyn e esmagou sua perna com seus mais de cem quilos. O diabrete por outro lado, saiu voando.
  • O monge estava preso no chão com suas roupas completamente manchadas de sangue. O plano havia ido por água abaixo, mas ele ainda tentaria completar a missão. O Lorde estava mais vulnerável do que nunca e a confusão o ajudaria a se infiltrar, o único problema era como sair dali.
  • Enquanto Fararëyn empurrava lentamente, ainda que usando toda sua força, o cadáver para longe, um diabrete parou ao seu lado. O monstro era vermelho e pequeno, mas as garras em suas mãos e pés eram extremamente afiadas e o ferrão em sua cauda serpenteava se preparando para injetar veneno no homem. A criatura esticou suas asas e pulou em sua direção.
  • Um baque surdo explodiu o ar enquanto o martelo de um guarda anão explodiu a cabeça do diabrete, era o mesmo anão que ele havia enganado horas atrás.
  • -Sai daqui, discípulo de Arin ! – Gritou o anão, satisfeito por não precisar lidar mais com os nobres, em sua opinião não havia nada melhor que uma luta para fazer o sangue correr.
  • O anão ajudou a retirar o corpo do draconato de cima de Fararëyn e depois correu para ajudar outros nobres, enquanto isso, o monge procurou por uma entrada para o interior do castelo. Encontrou uma janela que dava para uma antessala e pulou para dentro dela. Assim que entrou, analisou o local, uma escadaria que servia de transição entre dois andares. Subindo essa escada estava um tiefling roxo de chifres retorcidos com uma adaga na mão. Os dois ladrões se olharam e pararam suas ações.
  • Kalö observava incrédula o homem esquelético ser carregado e ainda caída no chão tentou de todas as formas se curar, mas não conseguia se concentrar o suficiente. –O que estava acontecendo? Por que Berndt Krause estava rindo? – Ela precisava se recuperar, e precisava rápido, então decidiu ir atrás de seu mestre paladino,Murmus Fallack ele saberia o que fazer e ela confiava em suas decisões.
  • A mulher levantou e foi mancando até a porta do coliseu, Murmus deveria estar no segundo andar junto com os outros nobres, ela só precisava chegar até ele, assim poderia se curar e se concentrar em como resolver a situação Kalö subiu o mais rápido que pôde a escadaria para o segundo andar e se deparou com umtiefling no meio do caminho. Um tiefling e um possível nobre sujo de sangue. Os três se encararam e por um instante ficaram em silêncio absoluto.

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