Ato - 11 - O início do fim in Mundo de Consilium | World Anvil
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Ato - 11 - O início do fim

  • 11/06/842 – 13:40
  • -Então, já que aparentemente nós sobrevivemos a um motim juntos... – Disse Fararëyn enquanto ele e Kalö iam ao templo de Irëng . – Meu nome é Sergei. – Ele queria ganhar mais confiança na mulher antes de revelar seu nome, afinal seus irmãos estavam quase o encontrando, não podia bobear com qualquer um.
  • -Prazer, Sergeii. Você já sabe meu nome. – Falou ela de forma ríspida
  • -Kalö? Algo assim? Vocês nobres não conseguiriam esconder uma identidade nem se a vida de vocês dependesse disso.
  • -Já disse que não sou nobre!
  • -Que seja. – Ele deu de ombros – Encare isso como um conselho para sobreviver fora dos muros.
  • -Eu, ao contrário de muitos , não tenho porque me esconder ou temer que alguém me encontre.
  • -Parece que a nobre perdeu a etiqueta. – Kalö olhou com uma cara feia para o monge, mas ele parecia estar se divertindo com a discussão e ela simplesmente parou de dar-lhe atenção.
  • Algum tempo depois os dois chegaram a uma grande e antiga igreja com uma estátua igualmente grande na frente dos portões, Uma humana com o corpo esbelto, um sorriso no rosto e uma rosa cujos espinhos perfuravam sua mão. Aquela era uma representação conhecida de Ofna, a deus da tortura e da beleza. Kalö avistou Murmus dentro do templo, cuidando de um jovem ruivo que havia perdido um dos braços. Fararëyn reconheceu Wrainn conversando com dois anões de armadura perto de um dos aglomerados de pessoas que haviam ido procurar por ajuda, ajudar os outros ou apenas observar.
  • -A gente se vê depois, mademoiselle. – Falou o monge, em seguida atirando uma pedra perto de Wrainn . Quando o draconato olhou em sua direção ele arqueou uma das sobrancelhas fazendo sinal para que o capitão da guarda o seguisse até um beco.
  • -Tchau, ladrão. – respondeu Kalö ao ver Fararëyn saindo de perto dela.
  • Wrainn terminou a conversa com os anões e foi até o local. Antes que o monge pudesse falar algo, ele jogou uma sacola em sua mão, dentro dela haviam 100 parcos de ouro.
  • -Isso é tudo que temos, a tiefling foi pega sob custódia antes de pagar. – Afirmou enquanto checava para ver se não havia mais ninguém nos arredores.
  • -Achei que você confiasse nela. – Inquiriu o assassino.
  • -Eu confio. Mas, não tem nada que eu possa fazer por enquanto.
  • -Bom, aparentemente houve uma corrida pela morte do lorde... Você sabia disso? – Enquanto o homem falava, Wrainn puxou um cigarro, acendeu e deu uma tragada, quase como se soubesse o que estava por vir. – Acho que deveria saber que eu não consegui matar ele porque ele já estava morto.
  • -A cidade está mudando mais rápido do que eu imaginei. – Em seguida ele soltou a fumaça pelo nariz. – Tem gente grande envolvida nisso tudo. Talvez tenha sido um erro ter contratado você, mas tem mais uma coisa que eu posso fazer para te compensar. Há boatos de que chegou um monge na cidade procurando por alguém com a sua descrição. – Ele fez uma pausa. – Só sei que ele é um phuman .
  • -Ah pronto! Ótimo! – Gritou Fararëyn, provavelmente era Dleendz e ele o odiava com todas as suas forças. Ele pegou o cigarro de Wrainn emprestado e começou a fumar também.
  • -Eu sei que você deve estar querendo me matar por causa do trabalho... – Começou Wrainn.
  • -Na verdade não estou. – Respondeu o monge.
  • -Tudo bem então. – Disse o draconato rindo de leve. – Mas vou pensar em uma forma de te compensar, prezo pelos meus contatos.
  • -Arrivederci. – Posteriormente, Fararëyn fez um sinal para que Wrainn fosse embora. O capitão saiu andando e voltou a conversar com os guardas enquanto o monge ficou no beco esperando Kalö sair de dentro do templo de Ofna, Deusa da beleza e Tortura .
  • O templo parecia estar servindo como um hospital a céu aberto, a cena era espantosa, dezenas de corpos estavam espalhados pelo chão, anões, draconatos, tieflings e humanos urravam de dor se até mesmo uma brisa passasse soprando seus membros queimados e dilacerados pelos diabretes . A mulher passou ziguezagueando por entre os feridos, finalmente havia encontrado Murmus Fallack, o velho paladino que a treinara.
  • Ela se aproximou com cautela para não atrapalhá-lo, mas antes que a tiefling pudesse chegar perto o suficiente, ele a viu e mesmo desolado com a morte de Krause correu para abraçá-la.
  • -Onde esteve? – Perguntou o anão. – Eu fiquei preocupado... Com tudo o que aconteceu no coliseu, não tive tempo de lhe procurar. – Ela falava agitadamente, como se tentasse se justificar de algo. – Tantos feridos... Foi horrível. Se eu pelo menos ainda tivesse forças... Mas mal consigo curar os feridos daqui. – Sem ter palavras para consolá-lo, Kalö se abaixou e abraçou o anão. – Eu e os outros paladinos tivemos que lutar contra os diabretes e... – Ele já estava quase chorando quando se recompôs, endireitou o corpo e colocou as mãos nos ombros da tiefling. – Kalö , você ainda vai fazer o juramento, não?
  • -Sim, senhor!
  • -É imprescindível! Dias sombrios virão e os paladinos precisam estar preparados. Sua ajuda será mais do que necessária. – Ele sorriu orgulhoso e começou a ir embora, sendo interrompido pelo grito da garota.
  • -Espere Murmus! O que eu faço agora? Sem o castelo e com tudo o que aconteceu. O que eu deveria fazer? – Ela parecia tão determinada quanto insegura. - Pensava em tentar achar o responsável por isso, mas não tenho certeza.
  • -Já limpamos o castelo dos diabretes. Parece seguro por agora. Mas depois, talvez seja melhor procurarmos por ajuda. Eu tenho um... – Ele refletiu um pouco antes de continuar. – “Amigo” em Balts , talvez ele possa nos ajudar. Mas por enquanto, se preocupe com a sua recuperação e em melhorar suas habilidades, vamos precisar delas. – Falando isso, Murmus se afastou e voltou a ajudar os outros paladinos que curavam dos feridos.
  • Antes que Kalö pudesse ir ajuda-los, ela ouviu um tumulto começando em frente ao templo, alguém falava muito alto em meio à multidão. Um homem extremamente pálido, careca, esguio e com orelhas pontudas, vestindo um robe verde-escuro, gritava de forma clara para o povo. Kalö e Fararëyn observaram de longe.
  • -O Lorde Krause liberou demônios sobre a cidade! Demônios, meus amigos! O que mais é necessário para provar que ele não se importava com vocês? – Berrava ele com uma forte convicção enquanto gesticulava com ambos os braços e fazia expressões faciais para representar suas palavras. – Juntem-se à comunhão da luz e sejam salvos!
  • -Isso é um absurdo! – Um anão se destacou na multidão e gritou de volta para o homem, era o mesmo anão que havia visto Aswad e Fararëyn no dia anterior. – Um insulto brutal à morte do Lorde Krause !
  • -E quem é você pra falar isso? Não estava no coliseu quando o lorde riu da desgraça do povo? Pois eu estava, e vi tudo, vi ele comandando os demônios... – Ele falava zombando, mas seu discurso parecia estar atingindo alguns dos plebeus, principalmente os que haviam perdido seus entes durante o ataque. Fararëyn começou a se aproximar da multidão, talvez precisasse fazer algo quanto aquilo.
  • -Eu sou Elsat Victor Schuttler! – O anão falou orgulhoso e com a voz rouca e forte. Sua raiva era palpável no ar. – Trabalho há anos para o Lorde Krause e ele nunca faria algo assim! Isso é uma tolice! Você está falando barbaridades sobre um homem bom e generoso!
  • -Atenção, todos! –Kalö gritou usando taumaturgia , com o peito estufado e os punhos cerrados. - Se acalmem, pois aquele não era o Lorde Krause , o homem bom que conhecemos foi morto por um ser horrendo. – Fararëyn bateu a palma na mão contra o rosto, desacreditando que a mulher tinha trazido a verdade à tona. – Eu e companheiros lutamos com esse mesmo ser que havia tomado a forma dele. Ele havia morrido dias antes. Escutem seus corações e lembrem o quão bom era o Lorde Krause , ele nunca debocharia de nosso sofrimento assim. – Em seguida se virou para o homem pálido. – Procure sua paz em outro lugar, sem declarar ódio a um homem inocente.
  • -Vocês ainda podem ser salvos. – Gritou o homem, já recuando devido à multidão furiosa. – Só precisam abrir os olhos. – Em seguida fugiu para os becos da cidade.
  • Fararëyn chegou perto de Kalö andando por entre a multidão, puxou-a para perto e sussurrou em seu ouvido:
  • -Você tem certeza de que quer contar sobre esse golpe de estado sobrenatural que sofremos pra uma população inteira?
  • -É melhor do que eles tentarem se reerguer na base da ignorância. – Disse ela tentando se impor. – Assim eles podem ter uma noção de que não estamos seguros e podem se preparar.
  • -Não dê tantos detalhes! Você não sabe pra quem tá contado isso! – Ele colocou um papel escrito “Sonho do anão 18:00 – 04:00” no bolso de Kalö. – Passa lá se você quiser conversar. – Em seguida distanciou-se da mulher tentando se esconder de olhos curiosos. Kalö leu o papel, não reconheceu o lugar e em seguida saiu andando pela cidade pra espairecer.
  • 11/06/842 – 17:50
  • Aswad acordou na frente da sonho do anão, dolorido dos ferimentos e com dor de cabeça pelo súbito apagão. Levou as mãos à cabeça, fazendo pressão na testa e em seguida checou os bolsos à procura de dinheiro, mas não havia sequer um parco de bronze com ele. Sem ter muito que fazer, foi para casa descansar.
  • O tiefling não tinha pressa e acabou demorando a chegar, quando avistou a porta da ferraria aberta ficou receoso, já passam das 19:00 e isso era bem depois do horário de fechar, principalmente para um dia daqueles.
  • O ladrão entrou furtivamente, tudo estava escuro, não que isso fosse um problema para ele, mas o velho Gudzall deixaria pelo menos alguma lamparina acesa, afinal ele não tinha o dom da visão no escuro. O aposento era como uma recepção havia uma bancada de madeira no meio e umas prateleiras espalhadas com alguns itens e ferramentas jogados sobre elas. A forja ficava em um andar inferior e subindo a escada haviam apenas os quartos do tiefling e do golias.
  • Assim que colocou os dois pés dentro do aposento a porta se fechou atrás dele. Um arrepio percorreu sua espinha, seus instintos gritavam para que ele corresse dali, mas suas pernas travaram e ele não conseguiu se mexer. Foi quando do alto da escada desceu Caedes.
  • -Você realmente achou que eu não fosse descobrir? – Falou o homem em um tom sarcástico e de alguma forma ele parecia mais jovem do que quando Aswad o viu na sonho do anão. O tiefling quis retrucar, mas as palavras não saíam de sua boca. – 58 anos, Aswad! Eu conhecia ele há 58 anos! – Aswad olhou em volta sem mexer a cabeça, estavam sozinhos no aposento. Caedes tirou uma faca do bolso e começou a girá-la entre os dedos. – Ele acreditava de verdade na profecia... Consegue imaginar?
  • “Que profecia?” Pensou Aswad, ele entendeu que o homem havia descoberto sobre assassinato. Ok, talvez não tivesse escondido muito bem as provas do crime, mas ele não sabia de profecia nenhuma.
  • -Aswad, Aswad... Se você não fosse um descendente de quem é... Já estaria morto há muito tempo. – O homem parou na frente da bancada e conforme ele mexeu sua mão, Gudzal apareceu flutuando inconsciente, sendo carregado escada abaixo por magia. – Mas ele não terá a mesma sorte. –Aswad tentou usar taumaturgia para gritar, mas estava completamente travado, talvez por magia, talvez por medo. A questão é que ele não conseguiu mexer um único músculo enquanto Caedes estendeu sua mão para o golias e com um movimento torceu seu pescoço, em seguida derrubando seu corpo no chão. – Espero que aprenda a lição. – Dizendo isso Caedes passou andando por Aswad e foi para o lado de fora da ferraria.
  • -Pode ter certeza de que na próxima vez que nos encontrarmos eu farei o mesmo que fez com meu pai só que mil vezes pior. – Disse Aswad finalmente conseguindo falar, a voz saiu fraca, mas determinada.
  • -Boa sorte com isso. – Riu Caedes conforme duas asas negras brotaram de suas costas. Em seguida ele saiu voando.
  • -Boa sorte para eu não te encontrar. – Falou Aswad ao vento enquanto observava a sombra do homem sumir no céu.

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