Ato - 10 - O dia depois da celebração in Mundo de Consilium | World Anvil
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Ato - 10 - O dia depois da celebração

  • 11/06/842 – 13:18
  • Fararëyn viu um teto de madeira assim que abriu os olhos cansados, ele estava deitado em uma cama um tanto quanto aconchegante, do seu lado direito estavam a paladina e o ladrão, ambos deitados, com uma escrivaninha pequena ao lado direito de cada cama, Kalö ainda estava dormindo e o outro tiefling acabara de acordar.
  • De frente para eles estava uma criatura um tanto quanto interessante, a mulher tinha orelhas pontudas e chifres longos, estava sentada usando uma roupa amarela que deixava a pele peluda à mostra, tinha uma cauda de demônio repleta de pelos e diferentes tons de preto e branco no corpo. Tratava-se de uma híbrida , uma phuman-tiefling. Aparentemente, nem a raça dos homens panda estava livre da maldição dos tieflings. A mulher guardou o livrete que lia no bolso e ajeitou a franja azul escura enquanto olhava para o grupo.
  • -Quem diabos é você? – Perguntou o monge em dracônico, não conseguindo esconder a surpresa quando a mulher o respondeu no mesmo idioma.
  • -Yella Hoppa.
  • -Você salvou a gente, tá. Eu já estou acostumado com esse tipo de coisa. O que vai querer em troca? – Perguntou Fararëyn agora usando o idioma comum de consilium.
  • -Eu quero ajuda para impedir que Irëng seja destruída. Já não sei a quem recorrer, a cidade e seus líderes estão apodrecidos por dentro, Há poucos em quem confiar...
  • -Cadê minha adaga? – interrompeu Aswad tentando parecer intimidador.
  • -Seus itens estão na gaveta ao lado da cama. – Ela então ignorou o ladrão e passou a falar em dracônico com o monge – Digamos que um grande carvalho me disse que eu poderia confiar em você.
  • -Grande carvalho... – Fararëyn sabia a quem ela estava se referindo, seu único amigo no monastério de Claravidya , um draconato chamado Ungai, os mais íntimos o conheciam como o “Grande carvalho”. Ainda assim, ele queria tirar mais informações da phuman. – Poderia ser alguém da minha antiga família? -Yella deu de ombros e Kalö acordou.
  • -Onde estamos? Posso ir no banheiro? – Perguntou Aswad enquanto recolhia seus itens.
  • -Estamos na Calafrio Ardente, sintam-se livres para sair. – Respondeu Yella – Só cuidado com o que vão fazer e com quem vão falar, vocês foram vistos pela Valendra , apesar de ela não ter matado vocês. Eu ficaria de olhos e, principalmente, de ouvidos bem abertos. Mas, não posso obriga-los a nada.
  • -Meu deus! – Gritou o monge. – Eu só queria concluir meu contrato e tomar um banho!
  • -Pode ir pra casa, teremos tempo de nos encontrar depois. – Respondeu a híbrida.
  • -Como que eu vou pra casa tendo acordado em um lugar desconhecido com uma pessoa que fez referência ao meu passado? O quanto você sabe sobre isso? Eu vou ter que procurar outra cidade agora! – Ele gesticulou com raiva – Misericórdia, logo quando eu comecei a pegar os melhores contratos!
  • -É... Talvez a melhor opção seja sair da cidade. – Disse a phuman rindo de leve. – Mas, os reflexos do que aconteceu ontem vão refletir no reino inteiro. Ainda que eu imagine que na sua linha de trabalho esse não seja o pior dos desfechos. Mais uma coisa... – Ela passou a falar em dracônico. – Não confie no draconato.
  • -Aaaahhh!!! – Gritou o monge abrindo os braços e rolando na cama – O que que tá acontecendo?!
  • Aswad terminou de recolher seus itens e saiu do quarto, no final do corredor encontrou um banheiro, entrou pela porta e olhou o machucado no espelho, estava quase cicatrizado, mas aquela marca ficaria ali para sempre. Em seguida foi urinar, ele havia mentido sobre ir ao banheiro várias vezes, mas agora realmente estava precisando. Kalö aproveitou que o monge rolava na cama em crise e começou a conversar com Yella.
  • -Onde estão minhas coisas? – Começou a tiefling.
  • -Na gaveta ao lado da cama.
  • -Conhece o mestre Murmus ?
  • -Receio que não. – respondeu ela depois de fazer uma cara confusa.
  • -Sabe o que aconteceu com os que estavam na arena? – Ao ouvir a pergunta Yella suspirou e se preparou para uma explicação longa.
  • -Há vários rumores e histórias circulando por aí. Alguns dizem que Krause planejou tudo, outros que ele estava sendo controlado. A questão é que ele foi encontrado morto em seu quarto e pelo estado do corpo não foi ontem que ele morreu. Ainda assim, juram que viram ele correndo pelo castelo.
  • -Eles juram, a gente no caso viu. – Interrompeu o monge. Nesse instante, a phuman olhou para a porta entreaberta e a fechou, deixando Aswad, que voltava do banheiro, do lado de fora.
  • -Eu sei o que aconteceu de verdade, o que eu vou falar agora não pode sair daqui. – Ela começou a falar tensa e preocupada. – Existe um grupo de pessoas por trás de Irëng vocês já devem saber disso. Ladrões, cultistas, nobres escravocratas e assassinos. Esse grupo de pessoas pretende trazer caos para a cidade e para todo o Reino de Cam, –Ela fez uma pausa – Eu descobri que o líder da Calafrio Ardente tem interesse em fazer um pacto com algum tipo de divindade esquecida e Krause ficou em seu caminho, mas receio que não reagi a tempo. Krause era um homem bom, de verdade. Eles não conseguiriam seguir com o plano se ele continuasse vivo e no poder.
  • -Opa, opa, pera aí! Foi pra isso que eu fui prometido rios de dinheiro? Pra dar continuidade num plano de um culto? Se eu soubesse pedia mais. – reclamou o monge.
  • -A intenção deles nunca foi que você matasse o lorde, arrisco dizer que você deveria ter sido descoberto e julgado como assassino.
  • -Sim. Até porque eu nem cheguei a ver ele de perto. Aonde essa cidade foi parar... Eu preferia bater carteira... Eram tempos mais fáceis.
  • -E como... – Respondeu Yella em dracônico, em seguida voltou a falar no idioma comum – Enfim, eu preciso de ajuda e não sei mais a quem recorrer, demorei muito pra confirmar que vocês eram pessoas confiáveis.
  • -Eu geralmente peço por dinheiro em troca dos meus serviços, mas como você parece conhecer meu irmão... – Começou Fararëyn em dracônico. – Eu quero ver ele, já faz um tempo desde a última visita. – A phuman fez um sinal com a mão para o monge, conversariam sobre isso mais tarde.
  • -Desculpe senhora. – Interrompeu Kalö assim que Yella começou a falar. – Mas, até agora não me disse o que além de terríveis esquemas aconteceu com a cidade, com os jovens na arena, com os guardas no castelo. Quanto tempo dormimos?
  • -A multidão que fugiu do coliseu se reuniu no mercado central, uma tiefling bem velha apareceu alegando que seu filho era um bastardo do lorde e bom... Como vocês sabem esse seria seu único herdeiro. – Fararëyn ganhou certa empatia pela velha tiefling. “Ela é digna de ter me contratado... Apesar de tudo”. – Tanto a tiefling quanto o suposto filho de Krause foram pegos pela general Guewarra e estão sob seus cuidados até que o parente mais próximo dos Krause chegue. Aparentemente há uma forma de confirmar se o sangue deles corre nas veias do garoto.
  • -Então basicamente estamos vivenciando um coup d’état? – perguntou o monge
  • -Creio que sim.
  • -Que horror! – Exclamou Kalö com raiva. – E ninguém garante que ela não faça parte desses planos também, colocando alguém de fácil controle no poder.
  • -A realeza está em choque aqui aparentemente... – Falou Fararëyn.
  • Aswad voltou para o quarto, tendo ouvido o que aconteceu pelo lado de fora da porta, a tempo de ver o monge começando a discutir com a paladina. Kalö olhou para o homem e arqueou uma das sobrancelhas, perguntando se ele estava mesmo falando com ela.
  • -Você mesmo. – Confirmou o homem. – Você estava lá dentro e não viu nada.
  • -Você não entende, não é? Não sou parte da família, apenas uma pobre que teve uma boa esmola em troca de lutas falsas pra entreter chefes como os seus.
  • -Claro que eu não entendo, nós da rua não estamos dentro desse delírio conjuntural burguês de vocês. – respondeu dando ênfase nas palavras bonitas que aprendeu no monastério e basicamente em todo o resto.
  • -Delírio? Que delírio? – Se o objetivo de Fararëyn era irritar Kalö , ele havia conseguido. – Só se for o seu de realmente pensar que ia conseguir matar o maior nobre da cidade e não ser acusado de tal.
  • -Você deveria ter visto meus antigos trabalhos... – Aswad aproveitou a discussão para pegar de volta uma das pedras preciosas nas coisas de Kalö , Fararëyn viu, mas não se importava o suficiente para avisar. Em seguida o tiefling saiu do quarto. – Eu não me importo de ser acusado, só quero concluir a missão que me foi dada.
  • -Essas coisas não me interessam de qualquer jeito, é realmente uma pena o que fizeram ao senhor Krause , mas meu protegido agora é outro, se bem que eu diria que é ele quem me protege. – Ela virou de costas para o monge e pegou suas coisas. – Senhora, obrigada por nos salvar, mas onde eu iria para encontrar um velho paladino? Se é que ele sobreviveu a isso tudo.
  • -Ele deve estar no templo ajudando os feridos. – respondeu Yella, apesar de não ter gostado de ser chamada de senhora.
  • -Vamos, tem gente que eu quero encontrar também. – Disse o monge para a paladina catando seus poucos pertences. – Então, nós somos parte de alguma revolução agora?
  • -Não sei você – respondeu a tiefling com raiva –Mas, ao que parece eu sou. – Em seguida falou em demoníaco com a tiefling – Espero poder conversar mais vezes, é bom achar alguém parecido.
  • -Nada tão organizado assim. – A phuman-tiefling falou. – Mas tem uma pequena resistência se formando, vou apresenta-los na hora certa.
  • -Nós conversaremos melhor depois, você sabe onde me encontrar e fique longe dos meus outros irmãos. – Disse Fararëyn em dracônico e em seguida seguiu a tiefling pelo corredor. – Eu te acompanho. Kalö, seria? – Yella gritou para que tomassem cuidado, mas ambos já estavam longe.
  • Aswad tentou se aproximar furtivamente de Yella , mas foi percebido e fingiu que nunca havia tentado.
  • -Onde tá meu colar?
  • -Bom, a Valendra levou. Não tinha nada que o Urka ou eu pudéssemos fazer. – O homúnculo saiu de dentro do bolso dela e ficou voando ao redor deles.
  • -Aonde eu encontro a Valendra?
  • -Agora? Ela já deve estar em Motto , junto com o amuleto dos planos.
  • -Por que ela pegou meu cordão?
  • -Seu cordão? – ela riu. – Olha, o seu cordão já está bem longe daqui e infelizmente nas mãos de quem não devia. - Aswad se preparou para gritar de raiva, mas antes que conseguisse, ela o desacordou.

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