Neverfall

Andur jamais vira aqueles seres de tal estranheza antes, animalescos, perversos, deformados para espalhar o terror ou cuidadosamente desenhados para dominação.
O mesmo efeito nos homens e mulheres de todos os continentes causou a magia, que se havia perdido há muito, quando, segundo as lendas, os deuses foram mortos ou abandonaram o mundo. É assustador o fato de como em uma dia tudo é capaz de mudar. Em um dia, aquela fenda se abriu. Então veio a noite das primeiras bestas. Emergiram centenas de criaturas vindas de um reino até então escondido. Elas saíram da escuridão, escalaram as paredes rochosas com expectativa funesta, e, alcançando a beira do precipício e avistando pela primeira vez o horizonte, correram e se espalharam para conquistar seu novo mundo.
A fenda foi chamada de Ravina Sombria. Os seres que de tempos em tempos surgiam de lá, se espalhavam pelo continente e assombravam a Asoria. A magia então começou a fluir, tão potente e ainda sutil. Como um córrego nascente entremeando-se pelas pedras. Como uma corredeira, arrastando os primeiros sensíveis que se puseram a estudá-la. Como um rio, que avança pela planície, inundando sem esperar permissão, enxugando e envolvendo cada obstáculo no caminho, e logo se transformando em um lago de cuja água, pelo resto da história, Andur bebeu.
Rivvel, ao Norte, marchou até a Ravina e reclamou a planície que há anos não via habitantes. Lá, suspensa sobre o abismo, com pedras vindas da inteira Asoria, construiu-se a torre de menagem, e suas muralhas e seus bastiões e suas cortinas, defendendo não invasores do exterior, mas as ameaças que viessem de seu cerne abissal. Poucas criaturas conseguiram transpor os muros do forte nunca dominado. E assim o castelo sobre a fenda resistiu, protegendo a Asoria, deslocando soldados dos quatro ventos e impactando no mundo tanto quanto a própria fenda. Mil anos não foram poderosos o bastante para derrubar Neverfall. Assim seria chamada a fortaleza que protegeria o mundo.
Nos anos próximos ao crepúsculo de Neverfall, a Tormânia, ao oeste, foi tomada por Harold Tien, que se autodenominou Taurill, e declarou que o mundo lhe pertencia. Ele então prometeu marchar por toda a Asoria e além, e tomar o que era seu por direito de nascença. O Império Taurilliano ganhou território sob a dinastia dos Tien. Ameaçada por dentro e por fora, Andur via na magia, ao mesmo tempo dádiva e maldição dos homens, a última esperança a qual recorrer.
O grande mago Alastar havia conseguido selar a Ravina, mas por pouco tempo. Durante a segunda grande eclosão, os sábios de Rivvel suspeitaram que havia uma mente maligna controlando as hordas. Uma força antiga e com más intenções, comandando os ataques. E Tien poderia ter se aliado a esse comandante do submundo. Taurill colocou todos os seus exércitos em marcha até a Ravina para tomar a fortaleza, ao mesmo tempo que uma promessa de dominação saída da Ravina arrastou todas as esperanças da Asoria para o abismo, e devolveu apenas seus receios e pesadelos esquecidos. Rivvel reuniu todos os seus exércitos em Neverfall, para proteger o mundo dos seres que queriam sair da Ravina, e proteger a fortaleza do Império que queria tomá-la. Vários outros reinos poderosos se aliaram a Rivvel contra Taurill. Até mesmo os elfos, anões e as nações Dracônicas foram à luta; O destino de toda a Asoria seria decidido em Neverfall.

Andur had never seen those beings of such strangeness before, animalistic, perverse, deformed to spread terror, or carefully designed for domination.
The same effect on men and women from all lands caused the magic that had long been lost when, according to legends, the gods were either killed or abandoned the world. It's scary how in one day everything can change. One day, that rift opened. Then came the night of the first beasts. Hundreds of creatures emerged from a theretofore hidden realm. They stepped out of the darkness, climbed the rocky walls with baleful expectation, and, reaching the edge of the cliff and seeing the horizon for the first time, they ran and scattered to conquer their new world.
The crevasse was called the Dark Ravine. The beings who, from time to time, emerged from there, spread the continent and haunted Asoria. The magic then began to flow, so potent and yet subtle. Like a incipient stream mingling with stones. Like a rip tide, dragging the first sensible ones that began to study it. Like a river, flowing through the plain, flooding without waiting permission, wiping and wrapping every obstacle in the way, and soon turning into a lake from whose water, for the rest of the story, Andur drank.
Rivvel, from the north, marched to the Ravine and lay claim to the plain that had not seen inhabitants for years. There, suspended over the abyss, with stones coming from the entire Asoria, was build the keep, and its walls and its bastions and curtains, defending not invaders from the outside, but the threats that came from its abyssal core. Few creatures managed to cross the walls of the fort never subdued. And so the castle over the crevasse resisted, protecting Asoria, shifting soldiers from the four winds and impacting the world as much as the crevasse itself. A thousand years were not strong enough to bring Neverfall down. Like this would be called the fortress that would protect the world.
In the years following the decay of Neverfall, Tormania, to the west, was taken by Harold Tien, who called himself Taurill, and declared that the world belonged to him. He then promised to march throughout Asoria and beyond, and take what was his by right of birth. The Taurillian Empire gained territory under the Tien dynasty. Threatened inside and outside, Andur saw in magic, at the same time the gift and curse of men, the last hope to turn to.
The great wizard Alastar had managed to seal the Ravine, but for a short time. During the second outbreak, the wise men of Rivvel suspected that there was an evil mind controlling the hordes. An ancient force with bad intentions, commanding the attacks. And Tien could have allied with this commander of the underworld. Taurill set all his armies marching to the Ravine to seize the fortress, while a promise of domination coming from the Ravine drew all Asoria's hopes into the abyss, and returned only his forgotten fears and nightmares. Rivvel reunited all his armies in Neverfall, to protect the world from the beings that wanted to leave the Ravine, and to protect the strength of the Empire that wanted to take control over it. Several other powerful kingdoms allied with Rivvel against Taurill. Even the elves, dwarves, and Draconic nations went to the fight; The fate of the whole world would be decided in Neverfall.